Alfabetização na visão de Emília Ferreiro
Na disciplina de Fundamentos da Alfabetização, assistimos a dois vídeos de entrevistas com Emília Ferreiro, além da leitura de dois artigos: "A revolução de Emília Ferreiro" e "O desafio da prática pedagógica". Foi um grande aprendizado para mim. A partir dos vídeos e das leituras, pude fazer esta síntese:
Conforme a teoria de Emília Ferreiro, não existe idade certa
para a se ensinar uma criança a ler e a escrever e sim, é um processo que se
inicia cedo quando as oportunidades lhes são dadas. As crianças não pedem
permissão para ler e escrever, por isso, cabe a nós, adultos compreender se o
processo já iniciou ou não.
Trabalhar leitura e escrita na educação infantil não é
antecipar o ensino fundamental. Deve-se ter cuidado com a maneira como se
introduz a criança ao mundo da leitura e da escrita. Demonstrar afeto pelos
livros, fazer leituras em voz alta, permitir-lhes saber para que serve a
escrita é um grande passo, já que as crianças encontram-se rodeadas por coisas
que não conhecem mas que tem vontade de compreender. Permitir que as crianças
tenham acesso a materiais de leitura como as bibliotecas de sala de aula é um grande
elemento didático.
As crianças chegam na escola sabendo muita coisa, o que falta
é reconhecimento dessas coisas que sabem, e isso é papel do professor, já que
estes não são espectadores e devem exercer profissionalmente, o seu papel, falar
com argumentos, e não apenas julgar o que “funciona” e o que “não funciona”.
Não se pode crer que a alfabetização inicia-se apenas na
escola. O aluno é um sujeito que pensa, que constrói hipóteses, que procura
compreender como se constitui a escrita e como ela funciona.
Muitas vezes considera-se que as crianças de classe social
mais baixa possuem algum tipo de déficit por encontrarem-se em fases diferentes
em relação aos conhecimentos de leitura e escrita que crianças de classe média.
O que acontece é que as crianças de classe social mais baixa tem poucas
oportunidades de aproximação da língua escrita, são crianças que vem de
famílias onde a cultura escrita não possui tanta serventia.
Pensando nisso, a escola deve oferecer uma ambiente
alfabetizador, no qual possam ocorrer inúmeras oportunidades de interação com a
língua escrita mediadas por uma pessoa que já sabe ler e escrever, respeitando
sempre o que o aluno pensa e fazendo-o construir hipóteses de maneira que ele
possa avançar. É preciso acreditar que todo aluno é capaz de aprender.
Oi Paula. Como os professores podem aproveitar, ou melhor, como podem apoiar-se nos conhecimentos trazidos de casa pelos alunos de classes sociais menos privilegiadas? Abraços!
ResponderExcluirOlha Pablo, acredito que cabe a escola garantir um ambiente alfabetizador a quem precisa em vez de manter as crianças à margem de oportunidades de aproximação da escrita. Um ambiente privilegiado para oferecer às crianças que vêm de ambientes onde a cultura escrita não tem muita serventia. Para essas crianças é fundamental ouvir histórias, exercer suas ideias sobre as características e o modo de funcionamento do da escrita, sempre com acompanhamento de um professor que pode compreender e dialogar com a criança, respeitando o que ela pensa e fazendo-a pensar sobre questões que podem ajudá-la a avançar.
ResponderExcluirSem dúvida este ambiente é fundamental! Abraços!
ResponderExcluirOlá Paula!Tuas reflexões sobre alfabetização estão muito adequadas. Parabéns! Abraços, Josele.
ResponderExcluirTenho muita afinidade por esta disciplina Josele. Estou adorando.
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