domingo, 25 de setembro de 2016

Gaiolas ou Asas?

Na disciplina de Seminário Integrador fomos convidadas a fazer a leitura do texto “Gaiolas ou Asas? ”, de Rubem Alves. O texto nos faz refletir sobre qual o nosso papel enquanto educadores no aprendizado dos alunos: se queremos pássaros engaiolados ou se queremos pássaros livres. Mas, como dar total liberdade ao voo dos alunos se os professores também se sentem engaiolados por um sistema que determina o que deve ser ensinado e ainda verifica por meio de avaliações que de forma alguma conseguem contemplar as diferentes habilidades de uma sala de aula? O autor coloca que os relatos dos professores nas escolas são de horror e medo, de gritaria, de desrespeito, ao mesmo tempo em que tentam pedir silêncio para “fazer coisas” que a burocracia determina”: dar o conteúdo programático, fazer avaliações. Ao meu ver é uma crítica não ao trabalho pedagógico do professor, mas ao “sistema educacional” do qual o professor também se vê preso em uma “gaiola”. Ele compara a sala de aula como uma jaula cheia de tigres famintos e os professores não podem alimentar estes tigres de acordo, o que fazem é tentar domá-los, já que a porta de ferro que prende os tigres prende o domador junto deles. O autor também faz uma comparação com sua infância, ao colocar que, nesta fase de sua vida, tinha um prazer cruel em capturar passarinhos e aprisioná-los em gaiolas. O pássaro violentamente tentava-se livrar-se dos arames da gaiola. Violentos são os pássaros ou violenta é a gaiola que os prende? Violentos são os alunos ou as escolas “gaiolas” que são violentas. Sim, os alunos precisam de educação que abra caminhos para uma vida melhor, mas essa boa educação de que os alunos precisam não é cheia de conteúdos programáticos que o sistema educacional determina e ainda os testam nas avaliações elaboradas pelo Ministério da Educação. Tantos autores defendem que nas avaliações prevaleçam os aspectos qualitativos sobre os quantitativos, e estes exames do Ministério da Educação nada mais são que quantitativos. Os professores, assim como os alunos “tigres” ou “passarinhos” são presas da mesma gaiola: o sistema educacional.
ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 29-32.
Fonte da imagem: <http://discipulosdecristoprromildo.blogspot.com.br/2013/05/espiritualidade-gaiolas-ou-asas.html> Acesso em 25/09/2016

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Por que escrever?

Na aula do dia 08 de setembro, conduzida pelo professor Crediné, nos adentramos nas escritas de Clarice Lispector “Tenho medo de escrever”. Conforme a aula era conduzida e mais ideias de Clarice Lispector nos eram apresentadas juntamente com as falas do professor, fui fazendo algumas anotações e reflexões sobre a escrita.
Quando eu falo e escrevo sobre alguma coisa, começo a fazer conexões e percebo que surgem ideias e palavras que no início eu nem havia pensado em utilizá-las. Certas ideias apenas se manifestam quando eu começo a falar ou a escrever sobre elas. Escrever é fundamental para eu aprender. Se leio somente, eu estou consumindo as ideias dos outros, mas quando associo as leituras à escrita, eu estou aprendendo.  
Somos parte integrante das nossas escritas e, quando escrevemos, nossas inspirações e emoções agem de maneira intensa.

“Quando somos o que escrevemos, (ar)riscamos: somos escritores, protagonistas de nossa obra”. (Trece, 2003, p.115)

Tenho medo de escrever. Clarice Lispector, in "Um Sopro de Vida"

Fonte da imagem: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/5-habitos-diarios-que-ajudam-a-escrever-melhor> Acesso em 20/09/2016

sábado, 10 de setembro de 2016

E A BRINCADEIRA CONTINUA...


Desde que recebi incentivos apoiados nas aulas e nos textos lidos na interdisciplina de Ludicidade, brincar com os alunos do Ensino Médio está se tornando rotina. Na semana passada, em uma turma de primeiro ano do turno da noite, com a qual eu ainda não havia brincado, introduzi a brincadeira “Gosto de você porque...” nos últimos dez minutos da aula. Tão grande foi a minha surpresa quando, na aula seguinte, a turma pediu se no final iríamos brincar. Ontem, sexta-feira, depois de uma semana de trabalho e estudos (grande parte dos alunos trabalha durante o dia) foi a mesma coisa. Entrei na sala, mas não me questionaram se iríamos brincar, foram logo determinando que os últimos 15 minutos da aula seriam destinados à brincadeira, porque dez minutos é muito pouco. A turma ri e se diverte muito. Fico feliz em proporcionar estes momentos de descontração e, o mais importante, saber que eles aguardam ansiosos por estes momentos. 

Fonte da imagem: <http://criancas.uol.com.br/album/brincadeiras_julho_album.jhtm#fotoNav=7> Acesso em: 10/09/2016.