Ratio Studiorum - o método pedagógico dos
jesuítas
O Ratio Studiorum era um
conjunto de normas criado a fim de definir as metodologias de ensino, as
atividades e os métodos de avaliação nos colégios jesuíticos. Esse manual
começou a ser elaborado em 1551. Sua última versão foi em 1599 e prevaleceu até
a extinção da Companhia de Jesus, em 1773.
Este conjunto de normas
dividia-se em 30 capítulos, abrangendo todas as atividades dos agentes
envolvidos ao ensino, contendo ao todo, 467 regras. Nele estão contidas as
regras do provincial, as regras do reitor, as regras do prefeito de estudos
superiores, regras comuns a todos os professores das faculdades superiores,
regras particulares dos professores das faculdades superiores, regras dos
professores da faculdade de Filosofia, regras do prefeito de estudos
inferiores, regras dos exames escritos, normas para a distribuição de prêmios,
regras comuns aos professores das classes inferiores, regras particulares dos professores
das classes inferiores, regras dos estudantes da Companhia, regras dos que
repetem a teologia, regras do bedel, regras dos estudantes externos, regras das
academias, regras do prefeito da academia dos teólogos e filósofos, regras das
academia de retórica e humanidades, regras da academia dos gramáticos.
Além de apresentar todas
estas regras e normas, o Ratio Studiorum trazia os níveis de ensino e as
disciplinas que os alunos deveriam cumprir. Os níveis de ensino se
classificavam em humanidades, Filosofia e Teologia. Segundo esse manual, o
estudo era ministrado em cinco horas diárias, uma parte pela manhã e o restante
a tarde.
A pedagogia estava baseada
no Evangelho com a finalidade de formar homens católicos, de caráter, digno
membro de família e profissionais capacitados. Os padres jesuítas não eram a
favor dos castigos físicos, mas estes eram aplicados em casos muito graves,
quando as palavras não conseguiam resolver o conflito. Ou seja, o castigo
físico era um último recurso.
Em relação ao trabalho do
professor, este era sempre ajudado por um aluno escolhido por se destacar nos
estudos, os quais eram chamados de “decuriões”. A tarefa dos decuriões
baseava-se em ajudar na organização dos grupos, controle da disciplina,
correção das lições, entre outros. O Ratio Studiorum, na época, criou um novo
estilo de educar.
REFERÊNCIA
TOYSHIMA, A.M. da S; Montagnoli, G.A; Costa,
C.J. Algumas considerações sobre o Ratio
Studiorum e a organização da educação nos colégios jesuíticos. Disponível
em <http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais14/arquivos/textos/Comunicacao_Oral/Trabalhos_Completos/Ana_Toyshima_e_Gilmar_Montagnoli_e_Celio_Costa.pdf> Acesso em: 14/12/2015.