BRINCAR – algumas considerações
Para levar a infância a sério
As
crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade...
Triste
de quem não conserva nenhum vestígio da infância...
Vocês
já repararam no olhar de uma criança quando interroga? A vida, a irrequieta
inteligência que ela tem? Pois bem, você lhe dá uma resposta instantânea,
definitiva, única – e verá pelos olhos dela que baixou vários risquinhos na sua
consideração.
A
criança que brinca e o poeta que faz um poema – estão ambos na mesma idade
mágica!
[...]
Nunca
se deve tirar o brinquedo de uma criança, tenha ela oito ou oitenta anos.
Não
importa o enredo das histórias: o que vale é o êxtase de quem as escuta. Por
isso é que as crianças gostam mesmo de ouvir sempre as mesmas histórias, como
se fosse da primeira vez.
Só
deveria haver escolas para meninos-poetas, onde cada um estudasse com todo
gosto e vontade o que traz na cabeça e não o que está escrito nos manuais.
[...]
(Trecho
do poema do livro "Para viver com poesia" - Mário Quintana)
Pude destacar a partir do
texto “O jogo no cotidiano da escola”, de
Darli Collares, as seguintes considerações:
v É importante
permanecer na aprendizagem a dúvida, a inquietação e o prazer para que a aula
não se torne um local de desinteresse.
v A aprendizagem
deve ser um jogo prazeroso, mas, na maioria das vezes, “nega-se a inquietação,
móvel da pesquisa, por uma antecipação da informação que levará o aluno a
acertar”.
v É por
meio do jogo que expressam as angústias, se busca satisfação e se entra em
contato com os outros.
v Brincar
desenvolve a tolerância e a frustração.
v Para se construir um saber devemos
“jogar” com a informação como se fosse certa e como se não fosse certa.
v A própria
aula, especialmente na educação infantil, deve ser o espaço do jogo, expandindo
para outros ambientes como laboratórios de informática.
v Muitas
vezes nos queixamos de que as crianças não sabem trabalhar em grupo. Mas, como
vão aprender a trabalhar em grupo se nunca oportunizamos estes momentos? “Trabalha-se
em grupo para se aprender a jogar em grupo. Joga-se para se aprender a jogar”.
v O jogo
é sério? Sim, pois promove o desenvolvimento, integração a cultura.
v Jogar
não é tempo perdido. Jogar é fundamental para o desenvolvimento das pessoas.
Jogar é se divertir, criar, fazer, buscar, investigar, evoluir, crescer.