domingo, 19 de junho de 2016

TAREFA SOBRE O FILME SOU SURDA E NÃO SABIA

Em uma das tarefas da disciplina de LIBRAS a proposta foi assistir ao filme “Sou surda e não sabia”, disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=PymXMyz3nSk>.
No filme, a personagem Sandrine relata a sua própria história, dizendo que por anos não sabia que era surda de nascença. Seus pais eram ouvintes e achavam que a fala era o instrumento mais necessário. Matricularam-na em uma escola regular, mas Sandrine não entendia como seus colegas conseguiam compreender o que a professora estava tentando passar.
O fato de Sandrine ser surda a tornava praticamente invisível para sua família. Seus pais tentaram torna-la ouvinte com a colocação de aparelhos auditivos, já que achavam que a falta de audição implica na ideia de que tem que seguir a norma, ser igual aos outros. Sandrine relata que, quando os aparelhos foram ligados, a sensação foi de um golpe, parecia que seu cérebro estava recebendo um choque e que seu corpo estava se quebrando como vidro. Ela ouvia barulhos, mas não os compreendia. Sabia que nunca ouviria como os ouvintes, ou seja, com os aparelhos não mudaria nada.
            O filme reforça a ideia de que os surdos possuem memória visual, olfativa e tátil não dependendo apenas do veículo sonoro. Sandrine coloca que não ouvia que sua mãe estava se aproximando, mas sabia reconhecer que ela estava próxima pelo seu cheiro. Também sabia reconhecer o toque de suas mãos.
Assim como o professor nos disse em aula, a LIBRAS foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a partir de 2002. No filme, Sandrine coloca que a língua de sinais foi proibida por quase dois séculos.
Na lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002, aparece o termo “portadores de deficiência auditiva”, mas quem classifica os surdos como deficientes é a sociedade ouvinte. No filme, em um determinado momento, coloca-se que o termo deficiente auditivo não deve ser uma identidade. A gente não identifica as pessoas como deficiente ouvinte, deficiente mulher, deficiente loira.
A legislação garante a ideia de que a LIBRAS constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Com isso, pude fazer relação com um trecho do filme: “o bilinguismo possibilita ao indivíduo se expressar através de uma primeira língua que corresponde ao seu processo de apreensão do mundo que é visual. Também permite transitar entre duas línguas, passar de uma cultura a outra, distanciar-se de si mesmo e ter acesso ao que pertence à cultura geral, da escola, da sociedade, das famílias através do livro e da escrita. Isso abre novas possibilidades para as crianças surdas, para os ouvintes filhos de surdos e até mesmo para as crianças ouvintes”.

Quero concluir com uma citação de Sandrine “os obstáculos que os surdos enfrentam vem dos preconceitos dos ouvintes que lhes chamam de incapazes”.
Fonte da imagem: https://marciliarinaldespsicopedagoga.wordpress.com/2015/01/16/sou-surda-e-nao-sabia-comentarios-resenha/

Um comentário:

  1. É, e quantas "Sandrines" permeiam nossas escolas?
    Quem será mesmo o deficiente? Deficiente de que?
    Quantos pré-conceitos trazemos para nossa sala de aula?

    Tutor@ Isolete

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