sábado, 4 de junho de 2016

BRINCAR – algumas considerações


Para levar a infância a sério                      

As crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade...
Triste de quem não conserva nenhum vestígio da infância...
Vocês já repararam no olhar de uma criança quando interroga? A vida, a irrequieta inteligência que ela tem? Pois bem, você lhe dá uma resposta instantânea, definitiva, única – e verá pelos olhos dela que baixou vários risquinhos na sua consideração.
A criança que brinca e o poeta que faz um poema – estão ambos na mesma idade mágica!
[...]
Nunca se deve tirar o brinquedo de uma criança, tenha ela oito ou oitenta anos.
Não importa o enredo das histórias: o que vale é o êxtase de quem as escuta. Por isso é que as crianças gostam mesmo de ouvir sempre as mesmas histórias, como se fosse da primeira vez.
Só deveria haver escolas para meninos-poetas, onde cada um estudasse com todo gosto e vontade o que traz na cabeça e não o que está escrito nos manuais.
[...]
(Trecho do poema do livro "Para viver com poesia" - Mário Quintana)

Pude destacar a partir do texto  “O jogo no cotidiano da escola”, de Darli Collares, as seguintes considerações:
v  É importante permanecer na aprendizagem a dúvida, a inquietação e o prazer para que a aula não se torne um local de desinteresse.
v  A aprendizagem deve ser um jogo prazeroso, mas, na maioria das vezes, “nega-se a inquietação, móvel da pesquisa, por uma antecipação da informação que levará o aluno a acertar”.
v  É por meio do jogo que expressam as angústias, se busca satisfação e se entra em contato com os outros.
v  Brincar desenvolve a tolerância e a frustração.
v  Para se construir um saber devemos “jogar” com a informação como se fosse certa e como se não fosse certa.
v  A própria aula, especialmente na educação infantil, deve ser o espaço do jogo, expandindo para outros ambientes como laboratórios de informática.
v  Muitas vezes nos queixamos de que as crianças não sabem trabalhar em grupo. Mas, como vão aprender a trabalhar em grupo se nunca oportunizamos estes momentos? “Trabalha-se em grupo para se aprender a jogar em grupo. Joga-se para se aprender a jogar”.
v  O jogo é sério? Sim, pois promove o desenvolvimento, integração a cultura.

v  Jogar não é tempo perdido. Jogar é fundamental para o desenvolvimento das pessoas. Jogar é se divertir, criar, fazer, buscar, investigar, evoluir, crescer. 

Um comentário:

  1. Que ótimas dicas e que ótimo excerto de Quintana. E em tuas aulas, consegues promover a inquietação com o aprendizado? Abç!

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