sábado, 23 de abril de 2016


BRINCAR É COISA SÉRIA!

Na aula de Ludicidade com as professoras Tânia e Darli aprendemos sobre a importância do brincar para as crianças e que elas possuem a habilidade de dar sentido inclusive aos brinquedos construídos com materiais simples.  Com a leitura do poema de Anita Wadley “Apenas brincando”, damos ênfase a certos conceitos que previamente todo professor já tem formulado ao saber que, quando as crianças brincam, elas estão aprendendo. Quando as meninas brincam de casinha e com bonecas, elas estão aprendendo, já que poderão ser mamãe ou papai. Quando brincam com tintas e se sujam com elas, estão expressando a sua criatividade, podendo ser artistas no futuro. Quando as crianças brincam de “aulinha” com alunos imaginários, estão aprendendo e poderão ser professores no futuro. 

"É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (self)" (Winnicott)



Imagem disponível em: <http://livresaber.sead.ufscar.br:8080/jspui/handle/123456789/1268> Acesso em 24/04/2016

E FALANDO DE LEITURA ...

Na disciplina de Literatura infanto-juvenil e aprendizagem, de um dos slides apresentados na aula, copiei a seguinte frase: “a leitura impacta nossas vidas, quando lemos algo que nos impacta, isso pode nos incomodar, desacomodar, perturbar. Quando lemos para uma criança, nós a impactamos e movimentamos seu mundo”.
Desta maneira, me lembrei da disciplina de alfabetização. Emília Ferreiro diz que ler em voz alta para uma criança, demonstrando afeto pelo livro, desperta a curiosidade da criança em querer saber e compreender aquilo que ainda não consegue. Desta forma estamos introduzindo a criança na cultura escrita.
Em uma das escolas em que trabalho, está em andamento desde o ano passado o projeto de leitura, desde a pré-escola até o ensino médio. No ano passado os alunos tiveram contato com vários gêneros textuais com atividades previamente elaboradas, uma vez por semana. Neste ano a proposta é a leitura diária, durante 30 minutos. Cada aluno fica responsável pelo seu livro.  A comunidade escolar acredita que desenvolver a competência leitora nos alunos é muito importante para que eles tenham um melhor desempenho nas avaliações externas como Prova Brasil e ENEM. No início a ideia gera desconforto para alguns. Mas acredito que pouco a pouco todos estarão abraçando esta ideia, fazendo da leitura um hábito. Eu já tenho em mente alguns livros que quero ler durante este ano nos momentos de leitura da escola, afinal todos estão participando: alunos, professores, direção e coordenação. 

sexta-feira, 22 de abril de 2016



“Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo. Se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados, enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem”. 

(Carlos Drummond de Andrade)
CONCEPÇÕES DO BRINCAR


Na aula de LUDICIDADE E EDUCAÇÃO fomos convidadas a fazer a leitura do texto “Concepções do brincar na psicologia”, de Alysson Carvalho (2005). A partir da leitura pude destacar muitas ideias, as quais descrevo abaixo.

As abordagens teóricas do brincar e a relação entre o brincar e o desenvolvimento mais conhecidas na atualidade são a Psicanálise, o Construtivismo de Jean Piaget e a Psicologia histórico-cultural. O termo brincar pode se referir a um jogo, uma brincadeira de roda, a prática de um esporte, uma brincadeira individual em que a criança está representando cenas de adultos ou cenas do dia-a-dia com brinquedos como bonecas, carrinhos, panelinhas, sucatas, entre outros.
Segundo a Psicanálise, brincar também é uma forma simbólica de expressar nossos desejos, assim como o sonho e a fantasia. As experiências que a criança teve podem aparecer no brincar, ou seja, ela pode não querer brincar com o objeto que lhe causou algum tipo de dor ou sofrimento. O brincar pode ajudar a criança a compreender e a lidar melhor com a realidade, ela pode demonstrar, enquanto brinca, que pode ter controle de uma situação que na vida real não tem. Segundo Winnicott, o espaço de transição entre a experiência de sentir-se fundido e separado ao mesmo tempo, se a mãe conseguiu inspirar confiança no bebê, vai progressivamente sendo substituído por um objeto simbólico que o ajuda a lidar a ansiedade e com a angustia que a ausência de sua mãe provoca, pelo brincar e depois pelas experiências culturais. Mas o objeto simbólico perde seu sentido caso a mãe se afasta e não volta no momento certo em que sua lembrança pode ser garantida ou se não existe uma pessoa substituta de referência para o bebê, como, por exemplo, casos de morte ou de abandono. A criança, sem vivenciar esta experiência, torna-se incapaz de brincar. Winnicott salienta que brincar conduz aos relacionamentos grupais, é uma forma de comunicação e facilita o crescimento.
Piaget na teoria do construtivismo estuda a forma como construímos conhecimento, como criamos estruturas mentais enquanto nos desenvolvemos para compreendermos o mundo à nossa volta e que brincar e jogar relacionam-se com a construção dessas estruturas mentais. Quando a criança cria uma estratégia, por exemplo, de conseguir um brinquedo que está distante dela, modifica o meio externo e se modifica internamente: acomodação, assimilação e adaptação, conceitos básicos da teoria piagetiana. No período sensório motor (1 ano e meio a dois anos) a criança utiliza a motricidade e seus sentidos para atuar sobre o meio na exploração e deslocamento de objetos, imitando pessoas. A criança brinca com aquilo que já aprendeu, sedimentando as conquistas realizadas.  No período pré-operatório (1 ano e meio a 6 anos) a criança utiliza-se de um símbolo para representar a realidade – jogo simbólico. Dessa forma a criança reconstrói acontecimentos passados, compensa os indesejáveis e liquida conflitos. O jogo com regras (dos 8 aos 11 anos) é uma sucessão ao jogo simbólico em que a criança ingressa no período das operações concretas. Há uma evolução da relação da criança com a regra. Crianças mais velhas começam a compreender que regras surgem a partir dos acordos grupais e que valem para todos, dessa forma, podem experimentar situações democráticas.
Segundo a psicologia histórico-cultural, a interação da criança com membros mais experientes da cultura possibilita que as funções neuropsicológicas (memória, atenção e percepção) passem a um funcionamento de nível superior. A brincadeira representa o primeiro momento da construção da imaginação e da origem à vários processos psicológicos que são importantes para o desenvolvimento da criança. A brincadeira surge quando a criança toma consciência dos objetos sociais que o adulto manipula: a criança faz comida para as bonecas, brinca de casinha, dirige um carrinho de brinquedo, brinca de médico, de professora, enfim, brinca de faz-de-conta. Desta forma as crianças aprendem para que servem os objetos e permite que vá além do que pode realizar. A brincadeira proporciona a criança novas maneiras de compreender as relações sociais em que ela está inserida.
Quando a criança consegue resolver um problema sozinha, Vygotsky chama de nível de desenvolvimento real. Quando precisa da ajuda de terceiros, Vygotsky chama de nível de desenvolvimento potencial, ou seja, ela ainda não está pronta para resolver aquele tipo de situação. Para isso, a criança precisa de apoio externo para alimentar a formação de suas competências. A distância que existe entre o nível de desenvolvimento real da criança e o nível de desenvolvimento potencial, Vygotsky chama de zona de desenvolvimento proximal. A brincadeira proporciona a criação de uma zona de desenvolvimento proximal na medida em que favorece o surgimento de certos processos psicológicos e estimula outros que começam a se constituir.
Para a psicologia é importante conhecer a criança e seu brincar, pois ainda não existe um conceito único na área que defina o “brincar”. Para Winnicott, “brincar é um sinal de psiquismo saudável possibilitando que os sujeitos sejam mais criativos”.

O que isso tem a ver com a minha prática docente? Fica mais clara a ideia de que brincar não é perda de tempo e que é por meio da brincadeira, do ato de brincar que a criança começa a compreender a sociedade em que vive, desenvolvendo sua atenção, memória, concentração, raciocínio. Aprende a dar conta da situação que está enfrentando no momento, se torna uma criança que pensa, com autoconfiança e autocontrole. 

domingo, 10 de abril de 2016

LUDICIDADE: AULA DIVERTIDA

Na primeira aula de Ludicidade fomos apresentadas às professoras Tânia e Darli.  Aprendemos três brincadeiras muito legais para serem aplicadas aos nossos alunos. Brincadeiras divertidas que renderam muitos risos para nós, adultas. Se gostamos tanto da aula, imagino como se sentem as crianças ao participarem de uma brincadeira.

1ª brincadeira: Ritmo, memória e coordenação.
Alunos em círculo. Um é escolhido para iniciar a brincadeira (ou pode iniciar pelo professor para que ele possa dar o exemplo). O aluno escolhido diz seu nome e faz um gesto. Todos os alunos repetem o nome do aluno e imitam o gesto que ele fez. O segundo aluno, seguindo o sentido horário no círculo, também diz seu nome e faz um gesto. Todos os alunos repetem o nome e o gesto do primeiro aluno mais o nome e o gesto do segundo aluno. O terceiro aluno faz a mesma coisa, ou seja, diz seu nome e faz um gesto. O grupo então repete o nome e o gesto do primeiro, do segundo e agora também do terceiro aluno e assim sucessivamente até chegar no último integrante do círculo.

2ª brincadeira: sequência numérica
Alunos em círculo. O professor dá a seguinte ordem: “o grupo terá que falar a sequência numérica até 15 (ou mais) mas sem combinar, um de cada vez, aleatoriamente. Eu não posso falar logo em seguida do meu colega da esquerda ou da direita, nem ao mesmo tempo que outro colega. Toda vez que isso acontecer, o grupo deve iniciar a sequência novamente. Pode-se tentar várias vezes até conseguir”.
OBSERVAÇÃO: Na aula nós criamos estratégias para que duas pessoas não falassem ao mesmo tempo como: levantar a mão antes de falar, trocar olhares, seguir a sequência do círculo pulando um colega. Na verdade, fomos além da ordem da brincadeira, não era para criarmos regras, precisávamos apenas de atenção e concentração.  

3ªbrincadeira: eu gosto de você porque ...

Alunos sentados em círculo, cada um com a sua cadeira. Um aluno é escolhido para ficar no centro, sem a cadeira, para iniciar a brincadeira. Este aluno para em frente a uma colega e diz, por exemplo: “eu gosto de você porque você usa chinelos”. Todos os alunos que possuem essa mesma característica, ou seja, que estão usando chinelos devem trocar de lugar. O aluno que falou também procura um lugar para sentar. O aluno que ficou sem cadeira procura outro colega e diz, por exemplo: “eu gosto de você porque você tem dentes”. Então todo mundo que compartilha desta característica troca de lugar. Assim a brincadeira segue e podem ser dadas várias ordens como: eu gosto de você porque você usa roupa vermelha; eu gosto de você porque você usa óculos; eu gosto de você porque você tem cabelos castanhos; entre outras. 

domingo, 3 de abril de 2016

Crianças, o que fazer quando ainda não sabem ler?
Contribuições de Emília Ferreiro

Na disciplina de Fundamentos de Alfabetização pudemos nos aprofundar nas contribuições de Emília Ferreiro sobre o processo de leitura e escrita, as quais já me renderam postagens interessantes neste portfólio. Segundo Emília Ferreiro, para trabalhar com crianças que ainda não sabem ler precisamos inseri-las em práticas sociais que envolvam a leitura mesmo antes da aquisição desta habilidade para que, desta maneira, elas possam construir hipóteses sobre a língua escrita e ampliar suas concepções iniciais. Emília fala muito sobre o ambiente alfabetizador. Coloca que trabalhar leitura e escrita na educação infantil não é antecipar o ensino fundamental, mas deve-se ter cuidado com a maneira como se introduz a criança ao mundo da leitura e da escrita.
Tornar o ambiente escolar alfabetizador pode ser feito de várias formas: demonstrando afeto pelos livros, fazendo leituras em voz alta, permitindo que as crianças tenham acesso a materiais de leitura como as bibliotecas de sala de aula, dando às crianças inúmeras oportunidades de aproximação da língua escrita, expondo quadrinhas, poemas, letras de músicas, pequenos textos, entre outros em sala de aula e ler apontando as palavras, utilizando letras móveis, entre outras inúmeras formas.

Mas o que quero destacar aqui é o trabalho que foi realizado por uma professora da escola em que trabalho com os seus alunos da Pré-escola. Coloquei a ela que eu estava estudando sobre alfabetização, leitura e escrita e sugeri que, quando trabalhassem com parlendas, poemas, pequenos textos ou músicas, expusessem a letra desse gênero textual trabalhado na sala de aula para aproximar às crianças da cultura escrita. Naquela mesma semana ela havia exposto a letra de uma música trabalhada e fez a relação com as minhas colocações. Fiquei feliz quando recebi a imagem.