domingo, 28 de maio de 2017

GESTÃO DEMOCRÁTICA

Na aula de Organização do Ensino Fundamental montamos um quadro com indicadores que caracterizam gestão democrática e gestão patrimonialista.
Este quadro é baseado em:
BATISTA, Neusa Chaves (2002). Democracia e Patrimonialismo: dois princípios em confronto na gestão da escola pública municipal de Porto Alegre. POA/UFRGS/PPGS (Dissertação de Mestrado)

Gestão democrática
Gestão patrimonialista
► UTILIZAÇÃO DA ESCOLA COMO ESPAÇO PÚBLICO

►UTILIZAÇÃO DA ESCOLA COMO ESPAÇO PRIVADO

►ACESSO DA COMUNIDADE ESCOLAR ÀS DECISÕES NA GESTÃO DA ESCOLA

►BUROCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO

►CRITÉRIOS IMPESSOAIS, OBJETIVOS E UNIVERSAIS NA GESTÃO DOS RECURSOS DA ESCOLA

►CRITÉRIOS PESSOAIS E/OU PARTICULARISTAS NA GESTÃO DOS RECURSOS DA ESCOLA

►TRANSPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS

►AUSÊNCIA DE TRANSPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS

►ACESSO À INFORMAÇÃO PELA COMUNIDADE ESCOLAR

►UTILIZAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA PARA OBTER ACESSO PRIVILEGIADO ÀS DECISÕES

►EQUIVALÊNCIA ENTRE DECISÕES E REALIDADE SOCIAL DA ESCOLA

►DISPARIDADE ENTRE AS DECISÕES E A REALIDADE SOCIAL DA ESCOLA

►MEDIAÇÕES INSTITUCIONAIS ENTRE SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E ESCOLA

►AUSÊNCIA DE MEDIAÇÕES INSTITUCIONAIS ENTRE A ESCOLA E ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS DO SISTEMA DE ENSINO

►EXISTÊNCIA DE INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL DO PODER NA GESTÃO DA ESCOLA

►INEXISTÊNCIA DE INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL DO PODER NA GESTÃO DA ESCOLA


►UTILIZAÇÃO PESSOAL E/OU PRIVADA DE INFORMAÇÕES SOBRE A GESTÃO ADMINISTIVA, FINANCEIRA E PEDAGÓGICA DA ESCOLA


A LDB, no Art. 3º, coloca que o ensino será ministrado com base em diversos princípios e, entre eles, encontra-se a “gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”. Isto significa que a gestão democrática abrange tanto as escolas quanto os sistemas de ensino e em ambos a gestão democrática deve existir.
A gestão democrática se constrói com a participação de todos os membros da comunidade escolar: direção, professores, alunos, pais e funcionários, em articulação com as secretarias de educação na tomada de decisões. É a comunidade escolar quem irá definir os rumos da escola com o objetivo da melhoria da qualidade de ensino dentro da instituição. Uma escola democrática possui como representantes de seus conselhos escolares, CPM, construção do PPP, conselho de educação, professores, pais, alunos, funcionários.
Todos os envolvidos devem contribuir na tomada de decisão, caracterizando, desta forma, uma gestão democrática. Um documento orientador dos rumos da escola é o Projeto Político-pedagógico, portanto, em uma gestão democrática, este documento deve ser elaborado coletivamente.

A gestão democrática da educação “trabalha com atores sociais e suas relações com o ambiente, como sujeitos da construção da história humana, gerando participação, co-responsabilidade e compromisso” (BORDIGNON; GRACINDO, 2001, p. 12).

Referências bibliográficas:


BORDIGNON, Genuíno; GRACINDO, Regina Vinhaes. Gestão da Educação: o município e a escola. In: FERREIRA, Naura; AGUIAR, Márcia (orgs.). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2000.

domingo, 21 de maio de 2017

A FLUIDEZ DO MUNDO LÍQUIDO

Assistindo ao vídeo da entrevista com o sociólogo Zygmunt Bauman sobre “A fluidez do mundo líquido”, disponibilizado na interdisciplina de Organização e Gestão da Educação, me lembrei de um texto disponibilizado na Interdisciplina de Infância de 0 a 10 anos intitulado “Mídia e consumo na produção da infância pós-moderna”, de Mariângela Momo, o qual fazia a relação entre os termos “fluidez” e “liquidez” para falar das condições de vida do mundo contemporâneo. Retirei alguns fragmentos esta entrevista que considerei mais relevantes em relação a fluidez do mundo atual.
Na entrevista, Bauman começa dizendo que houve um tempo em que os conceitos eram sólidos e o século XX viu o declínio desse mundo sólido. A pós modernidade trouxe a fluidez do líquido: ignorando barreiras, diluindo certezas, crenças e práticas.
Este século é um estado de interregno, onde não somos uma coisa, nem outra. Neste estado, as formas como aprendemos a lidar com os desafios da realidade não funcionam mais: as instituições de ação coletiva, o sistema político, partidário, a forma de organizar a própria vida, as relações com as outras pessoas.  Mas as novas formas ainda estão engatinhando e nossas reações consistem basicamente em reagir as crises mais difíceis, porém são crises também líquidas, que vêm e que vão, e isso caracteriza uma desordem.
Quanto ao avanço da tecnologia, Bauman coloca que temos muita informação e não temos tempo de transformar e reciclar estes fragmentos numa visão, isto é, em algo que possamos chamar de sabedoria. A sabedoria nos mostra como prosseguir e é isso que estamos perdendo: nãos sabemos como prosseguir.
O papel da educação tradicional nesse mundo hiperconectado é tremendamente   importante, segundo Bauman. Nosso sistema educacional hoje é uma das vítimas do imediatismo. Educação e imediatismo não funcionam juntos, são termos contraditórios. Ou se tem uma educação de qualidade, ou se tem o imediatismo. A tecnologia e a informação são uma biblioteca de fragmentos, de pedacinhos, sem algo que os reúna e os transforme em sabedoria, em conhecimento. Isso destrói certas capacidades psicológicas como atenção, concentração, consistência e pensamento linear. Quando você estuda um assunto até o fim, você o esgota. Há mudanças na psique humana.

Bauman coloca que o mundo hiperconectado é uma situação completamente nova, porque põe os educadores numa posição muito difícil, precisam repensar muitas coisas. Houve muitas crises na história da humanidade, onde as pessoas não sabiam o que fazer, mas sempre acharam um caminho. A preocupação é o tempo que levarão para achar o caminho agora. Quantas pessoas serão vítimas até que a solução seja encontrada.
Fonte da imagem: <https://pensador.uol.com.br/frase/MTgyNzEwOA/> Acesso em 21/05/2017 

quarta-feira, 10 de maio de 2017

CERTEZA PROVISÓRIA?

Ontem eu estava colocando em prática mais uma meta do projeto pedagógico em ação com meus alunos do 2º ano do ensino médio. Primeiramente usei alguns slides disponibilizados pela profe na interdisciplina. Então os alunos começaram a construir um mapa com as certezas provisórias e dúvidas temporárias, de acordo com o assunto que desejam saber mais. A aula com a profe Liliana nos ajudou a ter mais clareza sobre o trabalho pois, por exemplo, eu fiquei um tanto assustada quando, na primeira vez, os alunos colocavam que pouco ou nada sabiam sobre o assunto de interesse. Ontem, antes de cada grupo realizar o seu levantamento, fiz um exemplo com o assunto de um dos grupos. E então eles perceberam que tinham muitas certezas provisórias sobre o assunto, isto é, conhecimento prévio. Depois, eles deveriam descrever aquilo que ainda não conhecem sobre o assunto: as dúvidas temporárias.  O que mais me chamou a atenção em alguns grupos foi que eles tinham informações sobre o assunto mas tinham medo de escrever pois não sabiam se era verdade e me perguntavam. Minha conclusão: muitas vezes, nós, professores, temos a mania de querer responder aquilo que o aluno pergunta, sem dar a ele a chance de que descubra a verdade a sua maneira ou fazendo uma pesquisa, por exemplo. Uma aluna me perguntou: profe, é verdade que usamos só 10% do nosso cérebro? Ela queria escrever isto nas certezas provisórias, mas “não tinha certeza”. Então entrei em ação e respondi: pode escrever, isto é uma certeza provisória, ou seja, o nome já diz que não é definitiva. Com o teu trabalho de investigação, você vai confirmar ou discordar da ideia que você tinha previamente. Este é o objetivo: deixar o aluno investigar para que também seja responsável pelo seu aprendizado.


domingo, 7 de maio de 2017

CONSTRUINDO HEREDOGRAMAS

Como trabalho com genética no 3º ano do ensino médio, os alunos aprenderam a construção do heredrograma, também conhecidos como genealogia. Em um heredograma representamos com símbolos, seguindo algumas regras, as relações de parentesco entre os indivíduos de uma família. Abaixo um pouco do trabalho realizado:




INTERAGINDO, DISCUTINDO E APRENDENDO

Desde que iniciamos nosso curso de Graduação em Pedagogia, trabalhamos muito com a metodologia construtivista sócio-interacionista, partindo do princípio que o sujeito constrói conhecimento a partir das interações com os outros. Na interação com os outros construímos uma série de habilidades.
Eu adotei em algumas atividades propostas em sala de aula esta metodologia. Estou propondo mais atividades em duplas e em grupos. Não fico o tempo inteiro corrigindo exercícios, mas dou oportunidade que os alunos resolvam os mesmos em duplas ou em grupos. Quando surgem dúvidas, eles pedem auxílio. É interessante observar as discussões que surgem entre os grupos para chegar ao resultado. É uma discussão positiva que gera aprendizagem. Na maioria das vezes são atividades desafiadoras, que estimulam a pesquisa, a discussão e o debate entre as duplas/grupos.
Nos grupos formados com objetivos educacionais, a interação deverá estar sempre provocando uma influência recíproca entre os participantes do processo de ensino, o que me permite afirmar que os alunos não aprenderão apenas com o professor, mas também através da troca de conhecimentos, sentimentos e emoções dos outros alunos. (Veiga, 2000, p.105).


VEIGA, Ilma P. A. O seminário como técnica de ensino socializado. In: Veiga, I.P. A. (org). Técnicas de ensino: Por que não? Campinas: Papirus. 2000