domingo, 21 de maio de 2017

A FLUIDEZ DO MUNDO LÍQUIDO

Assistindo ao vídeo da entrevista com o sociólogo Zygmunt Bauman sobre “A fluidez do mundo líquido”, disponibilizado na interdisciplina de Organização e Gestão da Educação, me lembrei de um texto disponibilizado na Interdisciplina de Infância de 0 a 10 anos intitulado “Mídia e consumo na produção da infância pós-moderna”, de Mariângela Momo, o qual fazia a relação entre os termos “fluidez” e “liquidez” para falar das condições de vida do mundo contemporâneo. Retirei alguns fragmentos esta entrevista que considerei mais relevantes em relação a fluidez do mundo atual.
Na entrevista, Bauman começa dizendo que houve um tempo em que os conceitos eram sólidos e o século XX viu o declínio desse mundo sólido. A pós modernidade trouxe a fluidez do líquido: ignorando barreiras, diluindo certezas, crenças e práticas.
Este século é um estado de interregno, onde não somos uma coisa, nem outra. Neste estado, as formas como aprendemos a lidar com os desafios da realidade não funcionam mais: as instituições de ação coletiva, o sistema político, partidário, a forma de organizar a própria vida, as relações com as outras pessoas.  Mas as novas formas ainda estão engatinhando e nossas reações consistem basicamente em reagir as crises mais difíceis, porém são crises também líquidas, que vêm e que vão, e isso caracteriza uma desordem.
Quanto ao avanço da tecnologia, Bauman coloca que temos muita informação e não temos tempo de transformar e reciclar estes fragmentos numa visão, isto é, em algo que possamos chamar de sabedoria. A sabedoria nos mostra como prosseguir e é isso que estamos perdendo: nãos sabemos como prosseguir.
O papel da educação tradicional nesse mundo hiperconectado é tremendamente   importante, segundo Bauman. Nosso sistema educacional hoje é uma das vítimas do imediatismo. Educação e imediatismo não funcionam juntos, são termos contraditórios. Ou se tem uma educação de qualidade, ou se tem o imediatismo. A tecnologia e a informação são uma biblioteca de fragmentos, de pedacinhos, sem algo que os reúna e os transforme em sabedoria, em conhecimento. Isso destrói certas capacidades psicológicas como atenção, concentração, consistência e pensamento linear. Quando você estuda um assunto até o fim, você o esgota. Há mudanças na psique humana.

Bauman coloca que o mundo hiperconectado é uma situação completamente nova, porque põe os educadores numa posição muito difícil, precisam repensar muitas coisas. Houve muitas crises na história da humanidade, onde as pessoas não sabiam o que fazer, mas sempre acharam um caminho. A preocupação é o tempo que levarão para achar o caminho agora. Quantas pessoas serão vítimas até que a solução seja encontrada.
Fonte da imagem: <https://pensador.uol.com.br/frase/MTgyNzEwOA/> Acesso em 21/05/2017 

Um comentário:

  1. Olá Paula, realmente essas questões que referes do Bauman são de grande relevância para pensarmos esse momento na educação e nos processos de aprendizagem. Portanto, gostaria de saber como percebes isso no cotidiano dos espaços de educação em que estás inseridas.
    Abraços
    Márcio Malavolta

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