A
FLUIDEZ DO MUNDO LÍQUIDO
Assistindo ao vídeo da
entrevista com o sociólogo Zygmunt Bauman sobre “A fluidez do mundo líquido”, disponibilizado
na interdisciplina de Organização e Gestão da Educação, me lembrei de um texto
disponibilizado na Interdisciplina de Infância de 0 a 10 anos intitulado “Mídia
e consumo na produção da infância pós-moderna”, de Mariângela
Momo, o qual fazia a relação entre os termos “fluidez” e “liquidez” para falar
das condições de vida do mundo contemporâneo. Retirei alguns fragmentos esta
entrevista que considerei mais relevantes em relação a fluidez do mundo atual.
Na entrevista, Bauman começa
dizendo que houve um tempo em que os conceitos eram sólidos e o século XX viu o
declínio desse mundo sólido. A pós modernidade trouxe a fluidez do líquido:
ignorando barreiras, diluindo certezas, crenças e práticas.
Este século é um estado de
interregno, onde não somos uma coisa, nem outra. Neste estado, as formas como aprendemos
a lidar com os desafios da realidade não funcionam mais: as instituições de
ação coletiva, o sistema político, partidário, a forma de organizar a própria
vida, as relações com as outras pessoas. Mas as novas formas ainda estão engatinhando e
nossas reações consistem basicamente em reagir as crises mais difíceis, porém
são crises também líquidas, que vêm e que vão, e isso caracteriza uma desordem.
Quanto ao avanço da
tecnologia, Bauman coloca que temos muita informação e não temos tempo de
transformar e reciclar estes fragmentos numa visão, isto é, em algo que
possamos chamar de sabedoria. A sabedoria nos mostra como prosseguir e é isso
que estamos perdendo: nãos sabemos como prosseguir.
O papel da educação
tradicional nesse mundo hiperconectado é tremendamente importante,
segundo Bauman. Nosso sistema educacional hoje é uma das vítimas do
imediatismo. Educação e imediatismo não funcionam juntos, são termos contraditórios.
Ou se tem uma educação de qualidade, ou se tem o imediatismo. A tecnologia e a
informação são uma biblioteca de fragmentos, de pedacinhos, sem algo que os
reúna e os transforme em sabedoria, em conhecimento. Isso destrói certas capacidades
psicológicas como atenção, concentração, consistência e pensamento linear. Quando
você estuda um assunto até o fim, você o esgota. Há mudanças na psique humana.
Bauman coloca que o mundo
hiperconectado é uma situação completamente nova, porque põe os educadores numa
posição muito difícil, precisam repensar muitas coisas. Houve muitas crises na
história da humanidade, onde as pessoas não sabiam o que fazer, mas sempre
acharam um caminho. A preocupação é o tempo que levarão para achar o caminho
agora. Quantas pessoas serão vítimas até que a solução seja encontrada.
Fonte da imagem: <https://pensador.uol.com.br/frase/MTgyNzEwOA/> Acesso em 21/05/2017
Olá Paula, realmente essas questões que referes do Bauman são de grande relevância para pensarmos esse momento na educação e nos processos de aprendizagem. Portanto, gostaria de saber como percebes isso no cotidiano dos espaços de educação em que estás inseridas.
ResponderExcluirAbraços
Márcio Malavolta