domingo, 24 de setembro de 2017

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Muito interessante o vídeo “Introdução à Psicologia do Desenvolvimento”, falando das contribuições de Piaget, Vygotsky e Wallon sobre a construção do conhecimento e o desejo que o ser humano tem de conhecer o mundo após o nascimento, fator que o difere dos outros seres vivos.
A psicologia do desenvolvimento preocupa-se em saber sobre a interferência do tempo de vida nos processos da criança, ou seja, como ela vai adquirindo capacidades cognitivas, afetivas, sociais e motoras e transformando-as ao longo da vida e quais são os fatores que promovem estas mudanças.
Essas mudanças ocorrem em fases e em estruturas no organismo e na mente. Piaget, que também era biólogo, verificou se a razão humana tinha uma embriologia análoga a embriologia dos ciprestes e moluscos alpinos e percebeu que são análogas em tempos e etapas, isto é, as fases embriológicas são sequenciais, uma etapa é necessária para o aparecimento da seguinte, mas é dependente da anterior.  Por exemplo, não existe pessoa que tenha raciocínio abstrato sem ter tido o raciocínio concreto. Pode acontecer de certos estágios/etapas não serem alcançados e isto depende da interação com o meio, ou seja, o meio não exigiu que o indivíduo atingisse determinado estágio. 
A cognição é algo construído com a troca com o meio e todo conhecimento começa em algum ponto. Daí o termo gênese do conhecimento. As três teorias psicogenéticas do conhecimento têm contribuição dos chamados interacionistas construtivistas: Piaget, Vygotsky e Wallon, porque os três valorizam estes princípios, ou seja, nada acontece sem interação, nada passa por uma construção sem que tenha tido uma gênese. As ações mediam as interações: brincar, comer, sustentar seu ponto de vista. As ações serão desiquilibradas a cada instante pelas transformações que acontecem no mundo. Cada nova conduta reestabelece o equilíbrio e constroi um equilíbrio ainda mais estável que o anterior. Para Piaget, a lógica do desenvolvimento é a busca do equilíbrio e isto implica em adaptação.
Vygotsky cita a mediação pela cultura, significando que o aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento e são capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando está em cooperação com os seus companheiros. Wallon traz a ideia de que, antes da inteligência se configurar como estruturante dos conhecimentos, as emoções é que fazem isso, já que são a origem da consciência e a exteriorização da afetividade, provocando mudanças na inteligência e impulsionando o desenvolvimento mental.
Piaget ainda traz o conceito de nascimento do sujeito do conhecimento. Já que há uma diferença após a fase embrionária entre o ser humano e os outros seres vivos: o indivíduo nasce e quer conhecer o mundo, o que não acontece com a lesma e o cipreste.

Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7GEV7HOsETM> Acesso em 24/09/2017.
Fonte da imagem: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfTwQAI/psicologia-desenvolvimento> Acesso em 24/09/2017

sábado, 16 de setembro de 2017

Falando de ética e moral

Assistindo ao vídeo “Filosofia e ética”, de Márcia Tiburi, esclarecemos alguns conceitos sobre ética e moral. A ética diz respeito ao modo como convivemos uns com os outros, ou aquilo que eu sou capaz de pensar acerca daquilo que eu faço. A moral é o hábito, o costume, é aquilo que se consolidou como sendo verdadeiro, é aquilo que se tornou verdadeiro do ponto de vista da ação. A ética é a reflexão que eu dirijo àquilo que já se consolidou em termos práticos.
O famoso “jeitinho brasileiro” que surgiu na década de 80 deu ênfase a uma moral de levar vantagem em tudo. Agora vivemos a era da corrupção, que virou hábito e, como a política corrompe, todo mundo estaria autorizado a ser corrupto, desde o taxista que dá uma voltinha a mais até os políticos. São exemplos de novas morais, já que moral não é necessariamente ética. Como nossos representantes políticos corrompem-se, todo mundo se autoriza ou se acha no direito de praticar corrupção.
Nossa posição no contexto da escola deve manter uma postura ética e coerente. Como professores, somos exemplo, nossas atitudes dizem muito! A pessoa ética sempre terá vontade de fazer um mundo melhor em qualquer esfera e nós temos as ferramentas em nossas mãos: os alunos. Educamos pelo exemplo, como diz o famoso ditado “um exemplo vale mais que mil palavras”.
Uma coisa que eu sempre me atento, por exemplo, é em relação ao que a escola nos cobra enquanto professores: o plano de ensino, conceitos de alunos para transferência, folhas de chamada nas datas solicitadas, comparecimento às reuniões e formações marcadas, entre outras coisas. Se eu tento “dar um jeitinho”, burlando as normas e não cumprindo prazos estabelecidos, quem sou eu para cobrar dos meus alunos que façam as tarefas de casa ou que não aceitarei trabalhos fora do prazo, entre tantas outras coisas, se eu não assumo este compromisso?
Faço curso de Inglês nas sextas-feiras e uma aluna minha do 2º ano do ensino médio é minha colega. No início do semestre a professora fez uma reflexão sobre o semestre passado sobre o estudo em casa, a realização dos temas, a preparação da lição seguinte e cada aluno deveria dizer se estava cumprindo ou se deveria melhorar. Na minha vez eu pude responder com orgulho que sempre faço os temas e que sempre preparo a próxima lição porque seria incoerente eu cobrar dos meus alunos e quando eu estou nesta condição fazer ao contrário. Muito importante na função de professor é a postura e o exemplo. 
Fonte da imagem: <http://crereentender.blogspot.com.br/2014/02/etica-e-moral-sao-coisas-diferentes.html> Acesso em 16/09/2017

domingo, 10 de setembro de 2017

APRENDIZAGEM

Falando sobre a aprendizagem, como é importante a interferência do professor na construção do conhecimento. Aprendizagem envolve aspectos cognitivos e afetivos, “... um esquema de assimilação comporta uma estrutura (aspecto cognitivo) e uma dinâmica (aspecto afetivo), mas sob formas inseparáveis e indissociáveis” (Piaget, 1974, p.66).
Quando o aluno se sente motivado, ativa uma troca interminável entre o mundo endógeno e o mundo exógeno sobre aquilo que está aprendendo e, portanto, construindo conhecimento. Cada patamar de desenvolvimento que o aluno atinge corresponde a novas possibilidades de aprendizagem.
O aluno precisa sentir que o professor está ali porque gosta e mostra-se estar contente por estar com seus alunos. Se o professor cativa seus alunos, despertando neles o prazer de descobrir, inventar, buscar respostas, está facilitando o professo de aprendizagem. Mas pode também dificultar o processo quando insiste na dificuldade do aluno, de que ele não sabe, de que ele errou, fazendo com que ele não deseje aprender, já que isto seria admitir sua falta de capacidade.
Como aprendizagem envolve aspectos cognitivos e afetivos, maior será o desempenho do aluno se valorizarmos suas pequenas descobertas, as novas dúvidas e propondo novas questões, além de representar uma figura a quem serão endereçados os interesses de seu aluno.

Fonte da imagem: <http://www.comregras.com/a-relacao-professor-aluno-o-que-nao-consta-da-pauta/> Acesso em 10/09/2017

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

ESCOLA, CULTURA E SOCIEDADE

Ao fazer a leitura dos textos “Sociedade, cotidiano escolar e cultura(s): uma aproximação” de Vera Maria Ferrão Candau e “A relação educação e sociedade: os fatores sociais que intervêm no processo educativo” de Alberto Noé, propostos pela interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade, pude destacar algumas ideias e fazer algumas análises. O Brasil é um pais gigantesco e, consequentemente com grande diversidade cultural que nem sempre a escola consegue contemplar já que, conforme Durkheim, os conteúdos da educação são independentes das vontades individuais, são as normas e os valores desenvolvidos por uma sociedade ou grupo social em determinados momentos históricos que adquirem certa generalidade e com isso uma natureza própria, tornando-se assim “coisas exteriores aos indivíduos”.
E esse grupo social que têm por objetivo transmitir valores e, para isso, precisa de um equilíbrio: faz com que os indivíduos que nele ingressem assimilem e internalizem os valores e as normas que regem seu funcionamento, impostos tanto pela família, como pela escola, igreja e comunidade. Ou você assume o padrão ou você está fora e nossa educação está conservando este sistema social. Conforme McLaren, “um pré-requisito para juntar-se à turma é desnudar-se, desracializar-se, e despir-se de sua própria cultura” (p. 115).
Se a educação está sendo entendida desta forma, fica clara a ideia de que a educação não é um subsídio necessário para a mudança social e sim para a conservação de um determinado modelo social.

Neste país pouca coisa se conquista sem lutas: portadores de necessidades especiais lutaram e continuam lutando pela acessibilidade e direito a educação e de serem percebidos pela sociedade, indígenas lutaram pela educação escolar indígena pública diferenciada, orientada pela interculturalidade e bilinguismo, negros lutando pelo reconhecimento e pela cidadania, entre tantos outros que poderia mencionar. Por isso é importante que a instituição escolar não apenas comemore a data referente ao índio ou a abolição da escravatura, por exemplo, mas que difunda as lutas destes povos e/ou de cada grupo social que continuam marcando sua trajetória pelo direito ao reconhecimento de acordo com suas particularidades dentro de um país com tamanha diversidade cultural que continua desconhecendo a si mesmo. 
DIVERSIDADE


Mais um semestre se inicia e que tem como eixo norteador a diversidade. Nas minhas andanças pelas interdisciplinas, percebi que muitas palavras relacionadas à diversidade aparecerão repetidas vezes enquanto vamos nos adentrando nos estudos: cultura, sociedade, diversidade, etnia, raça, educação, escola, necessidades especiais, entre outros. Importante nosso papel enquanto educadoras de trabalhar contra a padronização cultural e a desigualdade.  “As pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza”. (Sousa Santos, 2001, p. 10). Que este semestre seja de grande aprendizagem!


SANTOS, B.S. As tensões da Modernidade. Forum Social Mundial, Biblioteca das alternativas, 2001 (htpp//www.forumsocialmundial.org.br).


Fonte da imagem: <https://novaescola.org.br/conteudo/1545/diversidade-etnico-racial-por-um-ensino-de-varias-cores> Acesso em 07/09/2017.