quinta-feira, 7 de setembro de 2017

ESCOLA, CULTURA E SOCIEDADE

Ao fazer a leitura dos textos “Sociedade, cotidiano escolar e cultura(s): uma aproximação” de Vera Maria Ferrão Candau e “A relação educação e sociedade: os fatores sociais que intervêm no processo educativo” de Alberto Noé, propostos pela interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade, pude destacar algumas ideias e fazer algumas análises. O Brasil é um pais gigantesco e, consequentemente com grande diversidade cultural que nem sempre a escola consegue contemplar já que, conforme Durkheim, os conteúdos da educação são independentes das vontades individuais, são as normas e os valores desenvolvidos por uma sociedade ou grupo social em determinados momentos históricos que adquirem certa generalidade e com isso uma natureza própria, tornando-se assim “coisas exteriores aos indivíduos”.
E esse grupo social que têm por objetivo transmitir valores e, para isso, precisa de um equilíbrio: faz com que os indivíduos que nele ingressem assimilem e internalizem os valores e as normas que regem seu funcionamento, impostos tanto pela família, como pela escola, igreja e comunidade. Ou você assume o padrão ou você está fora e nossa educação está conservando este sistema social. Conforme McLaren, “um pré-requisito para juntar-se à turma é desnudar-se, desracializar-se, e despir-se de sua própria cultura” (p. 115).
Se a educação está sendo entendida desta forma, fica clara a ideia de que a educação não é um subsídio necessário para a mudança social e sim para a conservação de um determinado modelo social.

Neste país pouca coisa se conquista sem lutas: portadores de necessidades especiais lutaram e continuam lutando pela acessibilidade e direito a educação e de serem percebidos pela sociedade, indígenas lutaram pela educação escolar indígena pública diferenciada, orientada pela interculturalidade e bilinguismo, negros lutando pelo reconhecimento e pela cidadania, entre tantos outros que poderia mencionar. Por isso é importante que a instituição escolar não apenas comemore a data referente ao índio ou a abolição da escravatura, por exemplo, mas que difunda as lutas destes povos e/ou de cada grupo social que continuam marcando sua trajetória pelo direito ao reconhecimento de acordo com suas particularidades dentro de um país com tamanha diversidade cultural que continua desconhecendo a si mesmo. 

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