COMO
AS BRINCADEIRAS DA MINHA INFÂNCIA PODEM TER AUXILIADO NO MEU DESENVOLVIMENTO?
Já que estamos falando de Ludicidade e
Educação, fui desafiada a falar de brincadeiras e jogos da minha infância. Ao mesmo
tempo fiz a leitura do texto "O brinquedo através da história" de
Bruna Molozzi. Fiz relações importantes entre minha infância e as ideias do
texto.
Quando criança eu gostava muito de brincar com
bonecas. Confeccionava guarda-roupas com caixa de papelão para guardar as
roupas das bonecas. Gostava muito de brincar de casinha e de fazer comidinhas. Enjambrava
um fogão com tijolos e folha de zinco para “cozinhar feijões” que eu pegava
escondido no porão da casa da minha avó (ela planta feijões até hoje). Brincava
também de esconde-esconde no meio do mato, aproveitando este momento também
para me balançar nos cipós. “No âmbito moral, a atividade lúdica possibilita o
exercício da autonomia. No jogo, a criança aprende a tomar decisões, fazer
escolhas e refletir sobre a realidade, construindo relações cada vez mais
independentes e seguras, reduzindo a dependência do adulto” (Bruna Molozzi).
Muitas vezes brinquei em casinhas de capoeira construídas
pelo meu pai no meio da roça. Uma arquitetura e tanto: Meu pai selecionava
quatro forquilhas de galhos e colocava-as em quatro cantos formando um
quadrado. Com mais quatro pedaços de galhos, formava a estrutura do teto.
Depois colocava varetas em cima desta estrutura e cobria com as folhas de
capoeiras, fechando inclusive as laterais.
Também brinquei muito de professora e adorava a
junção dos amigos ou primos para que eu pudesse “lecionar” para eles. “Ao
dividir os papéis em um jogo de “faz-de-conta”, por exemplo, frequente em
grupos de crianças de 4 e 5 anos, a criança precisa aprender a negociar e,
muitas vezes, deve “abrir mão” de sua vontade para que a brincadeira aconteça.
Não é possível brincar de “escolinha”, por exemplo, se todos os jogadores
optarem por ser o professor. ” (Bruna Molozzi)
Me lembro de brincar com bolas, de rolar morro
abaixo enrolada em um grande pano, de me arrastar nas “canoas” de coqueiro, de
pular corda, do jogo do mico, de memória. Eu não tive muitos jogos “comprados”,
mas eu brincava com jogos de bingo, dominó, memória e quebra-cabeça
confeccionados por minha mãe para trabalhar com seus alunos relacionados com os
conteúdos.
Para mim, essas brincadeiras possibilitaram o
aprendizado de muitas coisas como a construção de hipóteses, a tomada decisões,
o desenvolvimento da autonomia, da curiosidade, da capacidade de expressar meu
pensamento, do espírito de cooperação. Também considero que as brincadeiras de
rolar, arrastar, balançar, pular, entre outras proporcionaram o desenvolvimento
de movimentos amplos fazendo com que meu corpo estivesse estruturado no tempo e
no espaço, característica essencial antes de começar a aprender os ensinamentos
formais proporcionados na escola. “Através
do jogo a criança pode ter um desenvolvimento mais saudável a completo, que
envolve a socialização, o desenvolvimento moral e construção cognitiva”. (Bruna
Molozzi). As crianças de hoje em dia têm muito mais acesso a jogos,
principalmente a jogos eletrônicos, mas acabam deixam de lado brincadeiras
importantes para o desenvolvimento corporal.
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