domingo, 27 de novembro de 2016

JOGO FAÇA 10

Em uma das tarefas da disciplina de REPRESENTAÇÃO DO MUNDO PELA MATEMÁTICA, tínhamos que escolher um objeto digital de aprendizagem e adaptar para a sala de aula. Eu escolhi o objeto digital “FAÇA 10” e montei em uma versão possível de ser aplicada na sala de aula caso não seja possível jogar online. Montei as cartinhas com números do 1 ao 9 que deve ser impressa 4 vezes já que no jogo as cartas do 1 ao 9 aparecem repetidas 4 vezes. Pensei neste jogo para aplicar em um 2º ano, mas pode ser jogado por alunos de 3º, 4, 5º, ...

Objetivos: Conseguir o maior número de cartas.

Como jogar: distribuir as cartas igualmente entre os jogadores, podendo ser 2 ou 4. Cada jogador que receber as cartas deixa elas empilhadas e viradas para baixo. Na sua vez, o jogador vira sempre a carta que está em cima da sua pilha, e colocando-a no centro virada para cima. O jogador pode recolher cartas que somarem 10 ou passar a vez. Se não percebeu que podia recolher cartas que somavam 10, o próximo jogador poderá fazê-lo. Os pontos são marcados de acordo com o número de cartas.
Apliquei este jogo na turma de 3º ano da escola. No início pensei que fosse uma atividade óbvia para eles, mas eles precisavam de tempo para pensar e calcular, utilizando a contagem nos dedos. Foi interessante porque no início eles diziam aos colegas quais pares poderiam formar, depois perceberam que deveriam ficar calados para que assim a chance de recolher as cartas da mesa fosse deles caso o colega não tivesse percebido. Poucos alunos tiveram facilidade, ou seja, não precisaram contar nos dedos para descobrir se somava 10 ou não. Deve-se lembrar da regra: sempre que o jogador terminar suas possibilidades ou tentativas ele deve dizer: passo a vez.

                                                        

         Este jogo é muito interessante. A professora de reforço escolar da escola onde trabalho já está utilizando nas suas aulas. Minha irmã cursa o Magistério e precisa as semanas realizar atividades práticas. Ela incluiu este jogo em uma delas. A vice-diretora da escola, que é professora de matemática, levou o jogo para casa para jogar com seus filhos de 6 e 9 anos. Fiquei feliz por ter partilhado este jogo e que as pessoas com quem partilhei estão utilizando-o.


terça-feira, 15 de novembro de 2016

AS CIÊNCIAS E A VIDA SUSTENTÁVEL

Em uma das tarefas da interdisciplina de Representação do Mundo pelas Ciências Naturais, fomos convidadas a fazer a leitura de dois textos: um de Gersem Baniwa sobre A Ciência e os Conhecimentos Tradicionais, da página 169 a 171 do Livro  - O índio brasileiro: O que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje; o outro de Laiz Wediggen e Paulo Sérgio da Silva sobre "Educação e respeito ao meio ambiente: a perspectiva emancipatória da Educação na comunidade remanescente de quilombos de Casca"  nas páginas 75 e 76 do livro PROEJA Quilombola. Além disso, visualizamos imagens em Power point sobre a construção da hidrelétrica de Itaipu. Após a leitura a visualização das imagens, fizemos uma reflexão sobre as relações entre visão de mundo e de natureza e as ciências e sua utilização para a vida sustentável.
Para os povos indígenas, “a base primordial é a natureza/mundo”. Se hoje os povos indígenas dependem do Estado para sobreviver, isso é consequência do “violento processo de colonização” que sofreram e continuam sofrendo.
Precisamos sim de avanços científicos e tecnológicos, mas não a ponto de nos custar a manutenção da vida nos próximos anos. Estamos começando a sofrer consequências da exploração demasiada dos recursos naturais. Lembro que assisti uma reportagem na época da forte seca em São Paulo e que o desmatamento na Amazônia seria um dos responsáveis pela seca. Isso porque as árvores da Amazônia, no processo de transpiração, liberam vapor d’água na atmosfera, formando nuvens. Essas nuvens viajam pelo resto da América do Sul. A cordilheira dos Andes Impede que elas escapem para o Oceano Pacífico, desta forma chegam até sul e sudeste do Brasil. Essas nuvens formadas pelo vapor d’água liberado pelas árvores da Amazônia formam verdadeiros rios voadores. Com o desmatamento de 20% da floresta, a capacidade destas nuvens de chegar até a região sudeste fica comprometida. Claro que o desmatamento na Amazônia não é o único fator responsável, mas aponta sinais de que desafiar as leis da natureza nos traz consequências.
E o que fazemos? Nós desafiamos as leis a natureza. Vendo as imagens da construção da hidrelétrica de Itaipu lembrei-me de uma disciplina que cursei na outra graduação sobre os impactos ambientais na construção das hidrelétricas, que são irreversíveis, mas um conteúdo que discuto também com os meus alunos. Toda hidrelétrica precisa de um reservatório que, quando criado, afeta diretamente a paisagem, a fauna e a flora local. O reservatório de Itaipu inundou uma área de 1500 km2 de florestas e terras agriculturáveis, além de inundar uma das mais fascinantes formações naturais do planeta, a cachoeira de Sete Quedas.
Muitas árvores são cortadas ou ficam submersas para o enchimento do reservatório. A retirada destas árvores pode afetar o clima local, que pode ficar mais aquecido e ainda prejudicar o regime normal de chuvas.  
Muitas espécies animais são remanejadas para outros locais, mas não conseguem adaptar-se ao novo habitat e acabam morrendo. As espécies de peixes também são afetadas pois o fluxo natural desses animais é prejudicado, podendo ocasionar um desequilíbrio, ou seja, predominância de algumas espécies em relação a outras. Muitos peixes nadam no sentido contrário do leito do rio para depositar seus ovos, mas são barrados ao encontrarem o muro das barragens.  
Este trecho do texto “A Ciência e os Conhecimentos Tradicionais” explica muita coisa sobre as modificações do homem nas paisagens naturais: “o método preferencial das ciências indígenas é a visão da totalidade do mundo. O indivíduo deve buscar compreender e conhecer ao máximo o funcionamento da natureza, não para dominá-la e controlá-la, mas para seguir e respeitar sua lógica, seus limites e potencialidades em benefício de sua própria vida enquanto ser preferencial e privilegiado na criação”.
Fonte da imagem: <https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZg674cWBwwb35oLmUX75txiUD2VGYmBVZrdokovuIO87JlzyAGTtPgi9UHgLqwNmcArSmE2AQNWAB5wN1Jp-TnsfagBH3y1nRHbg7Fvwoa2Fz9fvz02aRnV50ZxrCOdnZArAtACDdyLA/s1600/9.jpg> Acesso em 15/11/2016

domingo, 13 de novembro de 2016

COMO AS CIÊNCIAS DA NATUREZA PODEM AUXILIAR NA CONSTRUÇÃO DE IDEIAS CADA VEZ MAIS COMPLEXAS DE MUNDO?

Em uma das atividades da Interdisciplina de Percepção do Mundo pelas Ciências Naturais fomos convidadas a assistir a 5 vídeos os quais trouxeram exemplos de como é possível envolver as crianças em atividades práticas ou em experimentos, levando em conta seus conhecimentos prévios e o professor, por meio das atividades propostas, mediando a construção de um novo conhecimento. Sim, mediando, porque as crianças, através da estimulação do professor eram desafiadas a pensar sobre o assunto que a atividade prática ou a experimentação estava trazendo.
Percebe-se nos vídeos as crianças explicando os fenômenos a partir das suas próprias experiências. É por isso que as ciências da natureza podem através de aulas práticas e experimentais proporcionar grandes aprendizados aos alunos que não teriam em outras oportunidades.
Colocar as crianças em uma situação em que precisam resgatar seu conhecimento de mundo para tentar resolver um desafio ou um questionamento feito pelo professor já é um grande passo. Não há um único método científico. Todas as coisas que são conhecidas em ciências foram produzidas por meio da observação da realidade e da experimentação. Há diferentes maneiras de se produzir ciência diferente das maneiras clássicas.
Um trecho de um dos filmes que achei interessante foi o trabalho que uma professora fez com alunos da educação infantil: separação das cartas com desenhos de animais: quem combina com quem. As crianças deveriam agrupar animais de acordo com seus próprios critérios. É Jogo que pode ser feito com qualquer objeto. Me lembrei de uma atividade anterior que fizemos nesta disciplina: classificar também é fazer ciência. Há diferentes maneiras de trabalhar classificação. A criança na educação infantil agrupa usando critérios e percebe que os cientistas também agrupavam, mas de maneiras diferentes. Este um trabalho que pode ser retomado no ensino fundamental.
Outra parte de um dos vídeos me lembrou da aula presencial em que o professor projetou sombras com um ano de PVC e uma lanterna. No vídeo as crianças também tentavam explicar à sua maneira se a sombra fica sempre no mesmo lugar, o porquê dos dias e das noites, entre outros conceitos. Uma das crianças disse: “quando anoitece o sol vai para o Japão”. Do vídeo destaquei esta fala: “para assimilar a existência das coisas que a cercam a criança pequena sente vontade de explicar o mundo para si mesma. Para isso lança mão da observação e das informações a que tem acesso em diferentes fontes. Depois relaciona tudo isso a sua maneira”.
            O último vídeo que assisti coloca que situar objetos no espaço e orientar-se em relação a eles são situações naturais do dia-a-dia do adulto, mas, para a criança pequena essa capacidade precisa ser construída. Algumas noções relativas a esse desenvolvimento são o uso dos coordenadores espaciais, a lateralidade e a reversibilidade. A criança não nasce coordenando direita e esquerda. Devemos propor situações adequadas para a exploração da percepção espacial das mais variadas maneiras que favoreçam esta construção.  E isso envolve atividades práticas e experimentação.
Quando as crianças se envolvem em atividades práticas ou em experimentos, formulando hipóteses, considerando seus conhecimentos sobre o assunto e o tentam explicar à sua maneira, elas se responsabilizas mais pelo seu aprendizado porque está envolvida em situações que a desafiam.

Endereço dos vídeos citados:

https://www.youtube.com/watch?v=eKKaAkHKs6I
https://www.youtube.com/watch?v=qynHlQkj93Y
https://www.youtube.com/watch?v=1GOPR3h2LQ8
https://www.youtube.com/watch?v=yq8c_-eTNTU
https://www.youtube.com/watch?v=Pq9KDoi-A9w
Fonte da imagem: <http://cienciaemfamilia.blogspot.com.br/2012/04/workshop-ciencia-e-natureza.html> Acesso em 13/11/2016

INVENTANDO UMA FORMA DE MEDIR

Na aula presencial de Representação do Mundo pela Matemática o professor nos deu uma demonstração de como levar o aluno a construir o conceito de medida antes de introduzi-lo aos sistemas de medida convencionais.
Em duplas, recebemos uma tira de papel pardo. Nós tínhamos que criar uma medida para medir o comprimento da sala de aula, a altura da mesa do professor, a altura do armário, a largura da tábua da mesa, a distância do roda-meio da sala até o chão, entre outros.
Eu e minha colega dobramos o papel ao meio várias vezes em partes iguais até que ficamos com o papel dividido em 16 partes iguais. Cada uma das partes do papel dobrado chamamos de “papelada”.
No comprimento da sala, por exemplo, encontramos 192 “papeladas”. Isso porque encontramos 12 vezes o total da tira e papel e multiplicamos pelo número de “papeladas” do papel. A largura da tábua da mesa, por exemplo, correspondeu a 1/3 de uma papelada.
Vimos que com turmas maiores é possível trabalhar com frações aplicando esta atividade.

Foi uma experiência interessante e o professor nos disse que é importante trabalhar esta atividade concreta com os alunos antes do conceito de metro.

Fonte da imagem: <http://turmasnormalmedio.pbworks.com/w/page/60283250/grandeza%20comprimento%20e%20suas%20medidas%20Marcella%20e%20Neuza> Acesso em 13/11/2016

AULAS PRÁTICAS

Na aula presencial de Percepção de Mundo pelas Ciências Naturais com os professores Tânia e Zeca mais uma vez percebemos a importância de fazer “ciência” por meio de atividades práticas. As atividades práticas nos surpreendem, nos encantam, nos envolvem e nos trazem significativos aprendizados.
Com uma lanterna e um cano de PVC o professor começou a projetar sombras na sala de aula e todas as alunas ficaram em silêncio, contemplando aquela prática. Então o professor nos disse para nos desafiar: o Sol gira em torno da Terra, não é mesmo? E nós começamos uma discussão sobre os movimentos da Terra em torno de si mesma e em torno do Sol.
Esta demonstração me fez lembrar da 4ª série quando a professora (que era a minha mãe) nos explicou os movimentos da Terra com uma vela e o globo terrestre. Desligamos as luzes da sala e fechamos as cortinas. Esta demonstração ficou gravada em minha memória de uma forma nítida. Um giro em torno de si mesma dá origem aos os dias e as noites. Vimos a luz que a vela projetava sobre o globo e que a parte de trás ficava no escuro. Um giro em torno do Sol, que demora 365 dias, corresponde ao período de um ano.

Ainda com relação ao ensino de Ciências no ensino fundamental, pode-se destacar a dificuldade do aluno em relacionar a teoria desenvolvida em sala com a realidade a sua volta e é por esse motivo que as atividades práticas experimentais são de suma importância uma vez que proporcionam ao aluno vivenciar a realidade discutida em sala de aula através de teorias cientificas (SERAFIM, 2001).


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


SERAFIM, M.C. A Falácia da Dicotomia Teoria-Prática Rev. Espaço Acadêmico, 7.

domingo, 6 de novembro de 2016

APRENDENDO E ENSINANDO SOBRE O PASSADO

Ao fazer a leitura do texto “Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de 3 a 8 anos” de Hilary Cooper (disponível em <revistas.ufpr.br/educar/article/viewFile/5541/4055>) destaquei trechos interessantes, os quais estão descritos abaixo e que nos ajudam a trabalhar a História com nossos alunos.
A educação infantil deve incluir, desde os anos iniciais, uma dimensão do passado. Descobrir o passado envolve compreensão de conceitos do tempo: a mensuração do tempo, continuidade e mudança, as causas e efeitos de eventos e de mudanças ao longo do tempo, semelhanças e diferenças entre períodos.
Conversar sobre o tempo é um bom começo e pode ser feito ao olhar sobre mudanças nas vidas das crianças e na vida de suas famílias, ajudando-as a explorarem o passado e a passagem do tempo. As crianças podem contar sobre eventos em suas vidas, sequenciá-los e explicá-los. Podemos falar sobre formas nas quais o passado era diferente como quando a criança era bebê, quando sua avó era criança.  Ajudamos as crianças a medir a passagem do tempo: o aniversário, as estações do ano, meses, semanas, dias. A linguagem do tempo é integrante de tais conversas: antes, depois; então, agora; ontem, amanhã, próxima semana. As histórias das próprias crianças podem se estender para saber mais sobre os avós e bisavós.
As crianças podem relacionar suas próprias experiências de tempo com histórias em livros de gravuras sobre outras crianças e famílias. As biografias pessoais das crianças e das pessoas que elas conhecem podem ser usadas como ponto de partida para explorar o passado por meio de sua experiência direta.
Trabalhar com contos de fadas, mitos e lendas ajudam na compreensão de como sempre existiram pessoas inteligentes e bobas, boas e más, pobres e ricas, em todas as sociedades. Dizem sobre as formas de vida no passado eram semelhantes às de hoje: coisas, viajavam, celebravam, tinham pessoas compravam e vendiam esperanças, medos e desapontamentos.
Procurar conhecer sobre o passado envolve fazer inferências (boas adivinhações) sobre fontes, traços do passado que permaneceram. As fontes podem ser visuais, como as fotografias, pinturas, anúncios. Podem ser músicas – canções, jogos do passado, músicas populares da infância da avó. Organizações voluntárias podem ser contactadas para permitir que as crianças conversem com pessoas mais velhas – fontes orais.
As crianças adoram colocar suas fotos em ordem, colocá-las numa linha do tempo, para explicar a sequência e comparar sua sequência com as de seus amigos. Elas podem relacionar as fotografias a artefatos relevantes que permaneceram, como as roupas de bebês, brinquedos velhos, cartões de aniversário, livros e histórias de famílias. Relacionando com a linha do tempo dos adultos, o processo tem extensões e interesses sem fim.
Discutir fontes, quer sejam artefatos (colchetes de gancho, castelos, lamparina a óleo), ou documentos escritos, ou fontes orais (histórias escritas há muito tempo, lendas e folclores, ritmos antigos que descrevem atividades familiares no passado), contribui para introduzir palavras que não estão mais em uso, como, por exemplo: “O moleiro está moendo o milho para farinha”.
Conversar com mais de um adulto sobre o mesmo aspecto do passado (suas escolas, jogos, comidas, celebrações), proporciona ricas oportunidades para se considerar como e por que seus fatos podem ser diferentes.
Ao ler o texto me lembrei de uma atividade desenvolvia pelas professoras do 4º ano da escola onde trabalho: preencheram um mapa do município com imagens atuais e antigas, notícias e fatos históricos da cidade extraídos de jornais. Também foi realizada uma visita ao museu municipal onde receberam explicações sobre objetos e fotografias antigas do município que ajudam a contar a história e mantém viva a memória da cidade ao longo das gerações. Eu acompanhei a visita e era impressionante a curiosidade das crianças sobre tudo aquilo que estavam descobrindo.

Descobrir sobre o passado, então, torna-se uma contribuição importante ao desenvolvimento pessoal, social e emocional. Auxilia as crianças a respeitarem culturas, ter consciência da sua própria e a considerar as consequências das ações.