domingo, 6 de novembro de 2016

APRENDENDO E ENSINANDO SOBRE O PASSADO

Ao fazer a leitura do texto “Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de 3 a 8 anos” de Hilary Cooper (disponível em <revistas.ufpr.br/educar/article/viewFile/5541/4055>) destaquei trechos interessantes, os quais estão descritos abaixo e que nos ajudam a trabalhar a História com nossos alunos.
A educação infantil deve incluir, desde os anos iniciais, uma dimensão do passado. Descobrir o passado envolve compreensão de conceitos do tempo: a mensuração do tempo, continuidade e mudança, as causas e efeitos de eventos e de mudanças ao longo do tempo, semelhanças e diferenças entre períodos.
Conversar sobre o tempo é um bom começo e pode ser feito ao olhar sobre mudanças nas vidas das crianças e na vida de suas famílias, ajudando-as a explorarem o passado e a passagem do tempo. As crianças podem contar sobre eventos em suas vidas, sequenciá-los e explicá-los. Podemos falar sobre formas nas quais o passado era diferente como quando a criança era bebê, quando sua avó era criança.  Ajudamos as crianças a medir a passagem do tempo: o aniversário, as estações do ano, meses, semanas, dias. A linguagem do tempo é integrante de tais conversas: antes, depois; então, agora; ontem, amanhã, próxima semana. As histórias das próprias crianças podem se estender para saber mais sobre os avós e bisavós.
As crianças podem relacionar suas próprias experiências de tempo com histórias em livros de gravuras sobre outras crianças e famílias. As biografias pessoais das crianças e das pessoas que elas conhecem podem ser usadas como ponto de partida para explorar o passado por meio de sua experiência direta.
Trabalhar com contos de fadas, mitos e lendas ajudam na compreensão de como sempre existiram pessoas inteligentes e bobas, boas e más, pobres e ricas, em todas as sociedades. Dizem sobre as formas de vida no passado eram semelhantes às de hoje: coisas, viajavam, celebravam, tinham pessoas compravam e vendiam esperanças, medos e desapontamentos.
Procurar conhecer sobre o passado envolve fazer inferências (boas adivinhações) sobre fontes, traços do passado que permaneceram. As fontes podem ser visuais, como as fotografias, pinturas, anúncios. Podem ser músicas – canções, jogos do passado, músicas populares da infância da avó. Organizações voluntárias podem ser contactadas para permitir que as crianças conversem com pessoas mais velhas – fontes orais.
As crianças adoram colocar suas fotos em ordem, colocá-las numa linha do tempo, para explicar a sequência e comparar sua sequência com as de seus amigos. Elas podem relacionar as fotografias a artefatos relevantes que permaneceram, como as roupas de bebês, brinquedos velhos, cartões de aniversário, livros e histórias de famílias. Relacionando com a linha do tempo dos adultos, o processo tem extensões e interesses sem fim.
Discutir fontes, quer sejam artefatos (colchetes de gancho, castelos, lamparina a óleo), ou documentos escritos, ou fontes orais (histórias escritas há muito tempo, lendas e folclores, ritmos antigos que descrevem atividades familiares no passado), contribui para introduzir palavras que não estão mais em uso, como, por exemplo: “O moleiro está moendo o milho para farinha”.
Conversar com mais de um adulto sobre o mesmo aspecto do passado (suas escolas, jogos, comidas, celebrações), proporciona ricas oportunidades para se considerar como e por que seus fatos podem ser diferentes.
Ao ler o texto me lembrei de uma atividade desenvolvia pelas professoras do 4º ano da escola onde trabalho: preencheram um mapa do município com imagens atuais e antigas, notícias e fatos históricos da cidade extraídos de jornais. Também foi realizada uma visita ao museu municipal onde receberam explicações sobre objetos e fotografias antigas do município que ajudam a contar a história e mantém viva a memória da cidade ao longo das gerações. Eu acompanhei a visita e era impressionante a curiosidade das crianças sobre tudo aquilo que estavam descobrindo.

Descobrir sobre o passado, então, torna-se uma contribuição importante ao desenvolvimento pessoal, social e emocional. Auxilia as crianças a respeitarem culturas, ter consciência da sua própria e a considerar as consequências das ações.

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