APRENDENDO E ENSINANDO
SOBRE O PASSADO
Ao
fazer a leitura do texto “Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de
3 a 8 anos” de Hilary Cooper (disponível em <revistas.ufpr.br/educar/article/viewFile/5541/4055>)
destaquei trechos interessantes, os quais estão descritos abaixo e que nos
ajudam a trabalhar a História com nossos alunos.
A
educação infantil deve incluir, desde os anos iniciais, uma dimensão do
passado. Descobrir o passado envolve compreensão de conceitos do tempo: a mensuração
do tempo, continuidade e mudança, as causas e efeitos de eventos e de mudanças
ao longo do tempo, semelhanças e diferenças entre períodos.
Conversar
sobre o tempo é um bom começo e pode ser feito ao olhar sobre mudanças nas
vidas das crianças e na vida de suas famílias, ajudando-as a explorarem o
passado e a passagem do tempo. As crianças podem contar sobre eventos em suas
vidas, sequenciá-los e explicá-los. Podemos falar sobre formas nas quais o
passado era diferente como quando a criança era bebê, quando sua avó era
criança. Ajudamos as crianças a medir a
passagem do tempo: o aniversário, as estações do ano, meses, semanas, dias. A
linguagem do tempo é integrante de tais conversas: antes, depois; então, agora;
ontem, amanhã, próxima semana. As histórias das próprias crianças podem se
estender para saber mais sobre os avós e bisavós.
As
crianças podem relacionar suas próprias experiências de tempo com histórias em
livros de gravuras sobre outras crianças e famílias. As biografias pessoais das
crianças e das pessoas que elas conhecem podem ser usadas como ponto de partida
para explorar o passado por meio de sua experiência direta.
Trabalhar
com contos de fadas, mitos e lendas ajudam na compreensão de como sempre existiram
pessoas inteligentes e bobas, boas e más, pobres e ricas, em todas as
sociedades. Dizem sobre as formas de vida no passado eram semelhantes às de
hoje: coisas, viajavam, celebravam, tinham pessoas compravam e vendiam esperanças,
medos e desapontamentos.
Procurar
conhecer sobre o passado envolve fazer inferências (boas adivinhações) sobre
fontes, traços do passado que permaneceram. As fontes podem ser visuais, como
as fotografias, pinturas, anúncios. Podem ser músicas – canções, jogos do
passado, músicas populares da infância da avó. Organizações voluntárias podem
ser contactadas para permitir que as crianças conversem com pessoas mais velhas
– fontes orais.
As
crianças adoram colocar suas fotos em ordem, colocá-las numa linha do tempo, para
explicar a sequência e comparar sua sequência com as de seus amigos. Elas podem
relacionar as fotografias a artefatos relevantes que permaneceram, como as
roupas de bebês, brinquedos velhos, cartões de aniversário, livros e histórias
de famílias. Relacionando com a linha do tempo dos adultos, o processo tem
extensões e interesses sem fim.
Discutir
fontes, quer sejam artefatos (colchetes de gancho, castelos, lamparina a óleo),
ou documentos escritos, ou fontes orais (histórias escritas há muito tempo,
lendas e folclores, ritmos antigos que descrevem atividades familiares no
passado), contribui para introduzir palavras que não estão mais em uso, como,
por exemplo: “O moleiro está moendo o milho para farinha”.
Conversar
com mais de um adulto sobre o mesmo aspecto do passado (suas escolas, jogos,
comidas, celebrações), proporciona ricas oportunidades para se considerar como
e por que seus fatos podem ser diferentes.
Ao
ler o texto me lembrei de uma atividade desenvolvia pelas professoras do 4º ano
da escola onde trabalho: preencheram um mapa do município com imagens atuais e
antigas, notícias e fatos históricos da cidade extraídos de jornais. Também foi
realizada uma visita ao museu municipal onde receberam explicações sobre
objetos e fotografias antigas do município que ajudam a contar a história e
mantém viva a memória da cidade ao longo das gerações. Eu acompanhei a visita e
era impressionante a curiosidade das crianças sobre tudo aquilo que estavam
descobrindo.
Descobrir
sobre o passado, então, torna-se uma contribuição importante ao desenvolvimento
pessoal, social e emocional. Auxilia as crianças a respeitarem culturas, ter
consciência da sua própria e a considerar as consequências das ações.
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