sábado, 22 de junho de 2019


TRABALHANDO COM PROJETOS

Neste ano a secretaria de educação do município está investindo em formação a fim orientar o desenvolvimento de projetos ou propostas interdisciplinares nas escolas. Na escola onde trabalho, dentro da temática geral, cada turma está desenvolvendo um projeto de forma interdisciplinar.
            Depois de uma reunião pedagógica na qual foi definido o projeto geral e estratégias para desenvolvê-lo abrangendo a organização geral da escola, os professores reuniram-se para definir o que seria desenvolvido em cada série. No 6º ano da escola temos alguns problemas de indisciplina que, em certos momentos, compromete o andamento da aula. Diante disso, inicialmente houve uma resistência dos professores em desenvolver um projeto com aquelas duas turmas de 6º ano e se responsabilizar pela culminância do mesmo na Mostra de Trabalhos da escola. Foi necessária uma mediação por parte da direção. Como, nas outras turmas, os professores se dividiram para não sobrecarregar o trabalho, por exemplo, 3 a 4 professores desenvolvendo o projeto interdisciplinar envolvendo 3 a 4 disciplinas, foi decidido que no 6º ano, todos se responsabilizariam pelo desenvolvimento do projeto.
Mas o que quero destacar desse impacto inicial e da mediação que foi necessário realizar, o 6º ano é a série que mais está desenvolvendo atividades a partir do projeto “Ora bolas” que envolve as duas turmas. Nesse projeto, o objeto de estudo é a bola, partindo do interesse dos alunos pelo esporte, principalmente o futebol. Muitas meninas inclusive se destacam no esporte e fazem escolinha de futebol.
A partir desse objeto de estudo, várias atividades estão sendo desenvolvidas. Nas disciplinas estão estudando a origem da bola, materiais com os quais pode ser confeccionada, as bolas já usadas durante as copas do mundo, a origem do futebol, gírias do futebol. Em Geografia, por exemplo, explorando o formato da bola e as copas do mundo, a professora trabalhou com o globo terrestre.  Foi proporcionado aos alunos palestras com dois ex-jogadores que hoje moram na região e atuam em escolinhas de futebol, além de fazer intercâmbio entre meninos que desejam ser jogadores com clubes para fazer testes. Aos alunos, falaram sobre sua história de vida, abordaram questões como dificuldades pelas quais passaram e que não se deve desistir dos sonhos, além de disciplina que a vida de jogador impõe. Participaram de uma conversa com uma moradora do bairro para verificar o processo de costura à mão de uma bola. Visitaram uma fábrica de bolas para conhecer o processo de construção de uma bola, desde a montagem do material, corte e design das peças, fechamento e acabamento. Lá também aprenderam sobre exportação e os motivos pelos quais a empresa, muitas vezes, opta por importar (encomendar) produtos de outros países com a sua logomarca. Aprenderam os diferentes formatos de peças que podem constituir uma bola, mas souberam nomear as peças tradicionais de uma bola e a quantidade necessária: 12 pentágonos e 20 hexágonos, já que a professora de matemática aproveitou o projeto para estudar as formas geométricas anteriormente em suas aulas. Além disso, conheceram o processo de confecção e uma bola colada, ou seja, sem costura. Surpreenderam, durante as visitas, os questionamentos dos alunos: eles tinham curiosidade! E curiosidade gera aprendizado.
Diante dos problemas de indisciplina que a turma apresenta, é claro que outras medidas foram tomadas, mas mudar o foco dos alunos para o conhecimento a partir do interesse dos alunos está trazendo resultados.



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