TGD
Revisitando minhas postagens,
encontro uma que fiz 2017 sobre TGD, na qual eu mencionava que trabalhei com um
aluno com esta característica e 2012. Na escola onde trabalho atualmente, no 6º
ano temos um menino com essa mesma característica. Como no 6º ano temos para
cada disciplina um professor, inicialmente ele sentiu dificuldades de
adaptação, sentiu-se meio desorientado e, em uma de suas falas, relatou que
tudo estava uma bagunça.
Crianças com essa
característica apresentam algumas dificuldades nas mudanças de rotina e o
ingresso no 6º ano foi, para ele, uma “bagunça”. Como trabalho na coordenação
da escola, nos primeiros dias de aula fizemos uma reunião com os professores da
turma, com a profe que o atende no AEE, no turno contrário, e com os
professores do ano anterior para que os novos professores também pudessem
dispor de informações para fazer a flexibilização do conteúdo e encontrar
estratégias para fazer o acolhimento do aluno para que ele fosse se adaptando a
nova rotina. Isso é muito importante para o bem-estar do aluno na escola.
Já fazem dois anos que eu e
ele criamos uma linguagem para saber do seu estado emocional. Isso surgiu uma
vez em que ele estava quieto e não queria comentar o que estava acontecendo.
Então, com o dedo indicador, desenhei um sorriso feliz e um sorriso triste em
meu rosto. Ele então me respondeu fazendo o gesto do sorriso triste. Desde
então, toda dia quando o encontro, digo: Oi E... e ele, sem que eu pergunte, já
me faz o sinal que corresponde ao seu estado emocional. Certa vez em que ele
não fez nenhum dos dois sinais (triste e feliz) fiz o sinal de emoção nenhuma,
ou seja, um sinal reto sobre a boca. E ele respondeu afirmativamente com a
cabeça. Se eu não pergunto, ele mesmo me diz: hoje você não me perguntou como
eu estou.
É muito importante que este
aluno, assim como os demais, construa vínculos e referências dentro da escola,
assim como vimos na disciplina de Corporeidade ao ler o texto “Emoção e
Ternura: a Arte de Ensinar” ou seja, o processo comunicativo é um desprender-se
de si, e ir ao encontro do universo de um outro, ativando afetos e contribuindo
para que esse sujeito aluno produza sentido, a partir do processo comunicativo,
já que comunicação e educação são processos desencadeados a partir de relações
afetivas, intensas, vibrantes, que não podem, nunca, significar acomodação.
Postagens revisitadas:
https://blogpaulamarchesini.blogspot.com/2017/11/tgd-em-2012-trabalhei-por-um-mes-emeio.html
https://blogpaulamarchesini.blogspot.com/2017/11/transtornosglobais-do-desenvolvimento.html
https://blogpaulamarchesini.blogspot.com/2017/11/transtornosglobais-do-desenvolvimento.html
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