domingo, 27 de dezembro de 2015

Experiência não feliz na escola

Hoje em dia temos sim muitas experiências felizes, mas considero como uma experiência não feliz, nos dias atuais, a participação da família na escola e na vida escolar das crianças e adolescentes. Se a família estimula o aprendizado e valoriza a escola, as crianças se alfabetizam com mais facilidade, aumentam seu rendimento e permanecem mais tempo na escola. Em suma, se os pais valorizam, as crianças aprendem a valorizar a escola também.
Saudades da minha escola 

            Quando ouço ou leio a respeito do termo “felicidade na escola” logo me vem à mente lembranças da minha infância. Cursei meus cinco primeiros anos escolares, da primeira a quinta série, em uma escola localizada na zona rural do município, hoje desativada. Minha mãe era a única professora da escola e exercia, além da função docente, a função de diretora e merendeira, sem esquecer, é claro, da faxina. O número máximo de alunos, somando todas as séries, nunca passou de 20.  Os alunos de 1ª a 3ª série estudavam na parte da tarde e os alunos de 4ª e 5ª série na parte da manhã. Muito difícil encontrar classe multisseriada hoje em dia. Todos os alunos, inclusive a professora, tinham um chinelo de pano na escola para não sujar a sala de aula, principalmente em dias chuvosos, com o barro da estrada que não era pavimentada na época. O calçado ficava na área coberta da escola. 
             Me recordo que fazíamos uma oração e cantávamos alguma música aprendida naquela semana, geralmente referindo-se à datas comemorativas no início da aula. Na hora do lanche, antes de sair, a professora, que era minha mãe, nos perguntava três operações da tabuada. Era uma forma de fazer com que estudássemos, afinal, ninguém queria mostrar diante da turma que não sabia a resposta. Após o lanche, cada aluno era responsável por lavar o seu utensílio utilizado para o lanche. A cada dia da semana havia uma dupla de alunos escalada para lavar a louça utilizada na confecção da merenda. 
              O recreio era uma festa. Brincávamos nos galhos das árvores do pátio.  Brincávamos com os pneus onde amarrávamos uma corda e brincávamos de carrinho. Brincávamos com bola no pequeno campinho ao lado da escola. Brincávamos de policial ao redor do prédio da escola onde alguns alunos eram os “policiais” e os demais os “motoristas” que utilizavam um bambolê confeccionado com mangueira para representar o volante. Estes, de vez em quando, não paravam ao ouvir a “voz de comando” do policial e precisavam pagar uma multa. O dinheiro para pagar a multa eram folhas das árvores. Eram tantas brincadeiras saudáveis e divertidas. 
             Na hora da saída, precisávamos deixar a sala limpa e organizada. Nessa hora também havia uma escalação: um aluno varria a sala, dois alunos varriam e limpavam com um pano a área coberta, outro aluno recolhia o lixo do banheiro e da sala de aula, um outro aluno limpava o pó dos móveis da sala. Os demais, com flanelas, lustravam o assoalho de madeira da sala de aula. Nossas carteiras eram protegidas com toalhas que cada um trazia de casa. 
            Na escola tínhamos uma horta com quatro canteiros onde cultivávamos temperos, ervas medicinais e saladas. Uma vez por mês nos reuníamos para cuidar da horta. Cada aluno trazia os instrumentos de casa como pá, enxada e ancinho. As mães, no início de cada semestre, faziam uma limpeza geral na escola. Os pais eram responsáveis pela manutenção do pátio. 
            Para mim, essa sim era uma experiência feliz na escola que me faz sentir muita saudade. Não era simplesmente uma escola, éramos uma comunidade escolar, pois todos se envolviam para cuidar e mantê-la. Era muito raro, mas raro mesmo, alguém faltar às aulas. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A EDUCAÇÃO INFANTIL NO ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS

Analisando o texto “Ampliação do ensino fundamental: a que demandas atende? A que regras obedece? A que racionalidades corresponde?” (MARCELLO, Fabiana de Amorim; BUJES, Maria Isabel Edelweiss) que trata do ensino fundamental de 9 anos com o ingresso de crianças a partir dos 6 anos de idade, as autoras colocam que “trazer crianças de 6 anos para ao ensino fundamental também coloca a educação infantil sob a luz dos refletores”. Ao meu ver, este termo significa que a educação infantil precisa se reorganizar em relação ao tempo, ao espaço e ao currículo como um todo, para que não seja tratada ou vista como escolarizante, mas sim como um espaço de interação social, de ludicidade, de convívio, de encantamento, de descobertas, de criatividade, de imaginação, onde as crianças possam aprender com todos essas experiências de uma maneira saudável e agradável, para que assim consigam compreender a si mesmas, o outro e o mundo.
Por que brincar é importante para a criança?

        Através do ato de brincar a criança estimula a criatividade, a imaginação e o prazer em brincar, e vai pouco a pouco construindo os circuitos da motricidade e da abstração, aprende a se organizar no tempo e no espaço, trabalhar em equipe, dividir brinquedos, respeitar as ideias e opiniões dos outros, esperar sua vez. Nas brincadeiras a criança experiência situações que vai levar para a sua vida.
       Importante também a interação entre crianças de diferentes idades na hora do brincar, permitir que elas elaborem suas brincadeiras e aprendam na interação com crianças maiores. Vygotsky (1989) destaca a importância do brincar colocando que esta prática tão comum nesta fase da vida cria a chamada zona de desenvolvimento proximal, impulsionando a criança para além do estágio de desenvolvimento que ela já atingiu.

domingo, 20 de dezembro de 2015


ADMINISTRAÇÃO SIMBÓLICA DA INFÂNCIA


A partir da leitura do texto “As culturas da infância nas encruzilhadas da 2ª modernidade”, de Manuel Jacinto Sarmento, pude conceituar o termo “administração simbólica da infância” como um conjunto de normas nem sempre formalizadas que regem o que é permitido e o que não é permitido a uma criança, mas, como diz o texto, são “prescrições nem sempre tomadas que condicionam ou constrangem a vida das crianças na sociedade”. Exemplos dessas normas são: acesso a lugares e alimentação permitidos ou não permitidos para crianças. Quando certos locais ou atividades não são permitidos as crianças, criam-se áreas reservadas para os adultos. O ofício da criança, deste modo, está vinculado à atividade escolar. A infância é uma etapa muito importante do desenvolvimento dos ser humano.
Acredito que ainda há lugar para as infâncias, mas não com um conjunto de normas a nível global o qual não considera que há uma pluralidade de crianças, de diferentes etnias, em diferentes condições sociais, de diferentes gêneros. É preciso permitir que as crianças sejam construtoras ativas do seu próprio lugar na sociedade por meio da interação, da ludicidade, do brincar de faz-de-conta, da reiteração.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ratio Studiorum - o método pedagógico dos jesuítas

O Ratio Studiorum era um conjunto de normas criado a fim de definir as metodologias de ensino, as atividades e os métodos de avaliação nos colégios jesuíticos. Esse manual começou a ser elaborado em 1551. Sua última versão foi em 1599 e prevaleceu até a extinção da Companhia de Jesus, em 1773.
Este conjunto de normas dividia-se em 30 capítulos, abrangendo todas as atividades dos agentes envolvidos ao ensino, contendo ao todo, 467 regras. Nele estão contidas as regras do provincial, as regras do reitor, as regras do prefeito de estudos superiores, regras comuns a todos os professores das faculdades superiores, regras particulares dos professores das faculdades superiores, regras dos professores da faculdade de Filosofia, regras do prefeito de estudos inferiores, regras dos exames escritos, normas para a distribuição de prêmios, regras comuns aos professores das classes inferiores, regras particulares dos professores das classes inferiores, regras dos estudantes da Companhia, regras dos que repetem a teologia, regras do bedel, regras dos estudantes externos, regras das academias, regras do prefeito da academia dos teólogos e filósofos, regras das academia de retórica e humanidades, regras da academia dos gramáticos.
Além de apresentar todas estas regras e normas, o Ratio Studiorum trazia os níveis de ensino e as disciplinas que os alunos deveriam cumprir. Os níveis de ensino se classificavam em humanidades, Filosofia e Teologia. Segundo esse manual, o estudo era ministrado em cinco horas diárias, uma parte pela manhã e o restante a tarde.
A pedagogia estava baseada no Evangelho com a finalidade de formar homens católicos, de caráter, digno membro de família e profissionais capacitados. Os padres jesuítas não eram a favor dos castigos físicos, mas estes eram aplicados em casos muito graves, quando as palavras não conseguiam resolver o conflito. Ou seja, o castigo físico era um último recurso.
Em relação ao trabalho do professor, este era sempre ajudado por um aluno escolhido por se destacar nos estudos, os quais eram chamados de “decuriões”. A tarefa dos decuriões baseava-se em ajudar na organização dos grupos, controle da disciplina, correção das lições, entre outros. O Ratio Studiorum, na época, criou um novo estilo de educar.

REFERÊNCIA

TOYSHIMA, A.M. da S; Montagnoli, G.A; Costa, C.J. Algumas considerações sobre o Ratio Studiorum e a organização da educação nos colégios jesuíticos. Disponível em <http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais14/arquivos/textos/Comunicacao_Oral/Trabalhos_Completos/Ana_Toyshima_e_Gilmar_Montagnoli_e_Celio_Costa.pdf> Acesso em: 14/12/2015.

domingo, 29 de novembro de 2015

Quando as crianças ainda não sabem ler


Para trabalhar com crianças que ainda não sabem ler precisamos inseri-las em práticas sociais que envolvam a leitura mesmo antes da aquisição desta habilidade para que desta maneira elas possam construir hipóteses sobre a língua escrita e ampliando suas concepções iniciais. Inicialmente as crianças passam por momentos em que não compreendem que as letras são objetos substitutos. Depois compreendem que um conjunto de letras representa um nome e que este nome tem propriedade, e assim sucessivamente vão ampliando seu repertório de conhecimento sobre a língua escrita. Oferecendo desafios e diversas práticas de leitura e escrita estamos auxiliando as crianças a obterem êxito no processo de alfabetização.
ATOS FALHOS E INCONSCIENTE

Os atos falhos na explicação de Freud ocorrem quando memórias do nosso inconsciente vem à tona e, por exemplo, a gente reproduz uma fala sem querer. Podemos classificar os atos falhos em três tipos: atos falhos na linguagem (fala, escrita, leitura); atos falhos na memória (esquecimento), atos falhos no comportamento (perturbações do controle motor – cair, derrubar)

O inconsciente corresponde aquilo que não está na consciência, mas alguma coisa que eu posso recuperar em algum momento. Espaço próprio do ser humano e que é inacessível.
CONCEITOS DE ID, EGO E SUPEREGO – FREUD

O Id representa nossos instintos e impulsos, um elemento desconhecido sob o qual a gente não tem controle, regidos pelo princípio de prazer. Corresponde à fonte de energia psíquica de uma pessoa que desconhece a realidade objetiva.

O Ego nos ajuda a compreender o mundo interno e externo. Tudo o que é consciente se liga ao Ego, é quem estabelece o equilíbrio entre as forças do Id e as ordens do Superego. Representa a razão e a racionalidade.


O Superego corresponde a uma censura internalizada, ou seja, quando deixamos de fazer alguma coisa porque sabemos que esta atitude não é correta. Representa o mundo externo, uma censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõem ao Id impedindo-o de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. Não podemos falar tudo o que pensamos: “censura moral”; são os pensamentos que aparecem quando a gente se critica e se sente culpado. O superego faz a seleção e a repressão dos nossos impulsos.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA

O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova foi instituído por reformistas como Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo entre outros, no ano de 1932. No total, 26 intelectuais brasileiros assinaram este manifesto, destes, 23 homens e três mulheres.
        Estes reformistas e demais escolanovistas defendiam a ideia de que era necessário mudar a maneira de se fazer educação ou os mesmos erros aumentariam de tamanho, ou seja, era preciso definir uma direção para a educação brasileira.
Este manifesto serviu de base para a educação brasileira até os dias atuais. Naquela época já se pensava num sistema educacional organizado, numa maneira de renovar a escola tradicional, de rever qual a verdadeira função social da escola.
O manifesto defende a educação pública como um direito de todos os cidadãos, bem como sua gratuidade e obrigatoriedade, sendo o estado o responsável por garantir este direito ao cidadão.

O manifesto dos pioneiros da educação nova também defende uma educação integral, uma educação que vá de encontro aos interesses dos indivíduos e não de uma classe social. Uma educação onde ocorra uma troca de experiências capaz de despertar um interesse e uma ação a partir da vivência dos educandos, valorizando uma educação integral, já que somos seres sociais.

domingo, 22 de novembro de 2015

Educação no Brasil



Na disciplina de Escolarização, espaço e tempo na perspectiva histórica aprendemos sobre a Educação no Brasil, dividida em três períodos, os quais vou descrever abaixo, com alguns pontos principais de cada um.

1º período: Colonização 


  • Educação religiosa (jesuítica).
  • A criança era vista como um adulto em miniatura.
  • Dom Pedro I assume o Brasil com 12 anos.
  • A primeira experiência de escolarização foi em 1827  com as escolas de primeiras letras em vilas e cidades, atingindo até o 4º ano.
2º período: Proclamação da República

  • Houve uma mudança da cultura rural para a cultura urbana; da sociedade escravocrata para não escravocrata.
  • o analfabetismo atingia mais de cinquenta por cento da população.
  • Em 1930 começa o movimento pela educação pública como uma questão nacional.
  • Mulheres, negros e índios não podam participar da decisão política.
  • ocorreu o manifesto da Escola Nova.
  • Introdução da educação Moral e Cívica no currículo escolar.
  • Primeira LDB (Lei de Diretrizes e Bases) em 1961:coloca o ensino primário como obrigatório para estados e municípios.
3º período: Democrático

  • Surge na década de 80 e é o período que estamos vivendo hoje.
  • Ensino pensado na totalidade com a Constituição de 1988: do fundamental o médio e superior.
  • A LDB diz que a educação ocorre nos diversos espaços.
  • O Plano Nacional de Educação trata do financiamento público, fim do analfabetismo, a escola de tempo integral, o piso regional, a educação pré-escolar, entre outros aspectos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015


O desejo de saber, a transferência e contratransferência e suas repercussões na sala de aula

       Segundo o pensamento de Freud, existe alguma razão que desperta o aluno na busca por novos conhecimentos e também porque alguns tem um maior interesse e outros não. Freud acredita que a criança começa a despertar o desejo de aprender a partir do momento em que percebe que existem diferenças de sexo, que existem diferenças entre corpos de meninos e de meninas e, a partir deste ponto, começam a fazer comparações, surgindo o interesse em descobrir outras coisas como, por exemplo, “de onde eu vim”.
        Em relação à educação, é importante que nós, professores possamos compreender que tentar suprimir as pulsões parciais (desejo de saber porque meninos são diferentes das meninas, de onde a criança veio) podem ocasionar efeitos como a neurose.

  • ·        Aprendemos na relação com outras pessoas, portanto, não há ensino sem professor. O aluno tem o desejo de saber quando seu professor conquistou uma importância especial. Através dessa importância conquistada o professor tem poder sobre o aluno.
  • ·     Na escola os professores tomam o lugar dos pais e os sentimentos que se mantêm nessa relação são os sentimentos que a criança dirigia ao pai ou à mãe no momento da resolução do complexo de Édipo.
  • ·         O desejo de aprender transfere sentido e poder à figura do professor.
  • ·     A transferência permeia qualquer relação humana. Acontece quando o desejo de saber do aluno se volta para o professor e a ele atribui um sentido especial.
  • ·         O aluno transfere ao professor as experiências anteriormente vividas com seus pais.
  • ·     A contratransferência são os resultados da influência do aluno nos sentimentos do professor. É o inconsciente do professor se manifestando em relação às transferências de sentimentos de “amor” ou de “ódio” que partem dos alunos.

             Para complementar meus estudos, além do material disponibilizado pela professora, fiz a leitura do artigo "PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM: UM OLHAR DIFERENCIADO PARA A RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO"
         disponível em http://www.conteudo.org.br/index.php/conteudo/article/viewFil%20e/31/29

domingo, 15 de novembro de 2015

Infância e erotização


      Ao mesmo tempo em que as crianças são consideradas puras e ingênuas, a mídia veicula imagens erotizadas de crianças, principalmente de meninas, usando-as como um forte apelo comercial e, ao mesmo tempo em que são consumidoras, são consideradas objetos a serem consumidos. Ao mesmo tempo em que se tenta combater atitudes ligadas a sexualidade das crianças, como a pedofilia (práticas sádicas com crianças ou à contemplação de fotos e imagens sensuais), a erotização infantil, pelo que se percebe, vem sendo estimulada e não combatida.

Infância soft


Lendo o texto “Retratos de uma infância contemporânea: os bebês nos artefatos visuais” (BORGES, Camila Bettim; CUNHA, Susana Rangel Vieira da) caracterizo a infância soft como sendo aquela que se refere apenas às crianças brancas, de cabelo claro, olhos azuis, com um corpo perfeito, delicadas, suaves, felizes, bem cuidadas, inocentes, belas e que provocam sensação de ternura ao olhar, as quais são usadas principalmente em campanhas publicitárias para venda de artefatos e, por este motivo, caracterizam-se como um padrão de corpo bonito, gerando uma idealização do que seja o bebê.
Sabe-se que na contemporaneidade as imagens falam, mostram e constituem pontos de vista, ou seja, estas imagens “ensinam o nosso olhar” segundo o texto, e a publicidade se apoia nestas imagens significadas culturalmente que sugerem apenas um padrão de infância e se aproveitam delas, já que estamos acostumados com estes padrões, para que seus artefatos tenham mais credibilidade.
Essas imagens (propagandas) sugerem que existe apenas um modelo de criança e que este seria o padrão. Mas, onde estariam as outras? Onde estariam as infâncias escondidas? Esta infância soft não acontece para todos que passam por esta fase da vida, já que existem outras crianças, outras etnias, outros corpos. Estas outras crianças estariam servindo apenas como modelo daquilo que não queremos que as crianças sejam?

Sim, estes bebês usados na publicidade são realmente lindos, mas ao mesmo tempo em que os admiramos estamos praticando uma exclusão já que crianças magras, prematuras, índias, negras, desfiguradas existem, mas não as vemos em nenhum tipo de publicidade e em algum momento teremos que nos confrontar com elas. Estamos praticando exclusão com um ser que ainda não tem como se defender.

sábado, 14 de novembro de 2015

Como nossas vivências e nossas experiências moldam a arquitetura do cérebro

Tudo o que a criança vive, suas experiências e suas vivências, durante os primeiros anos de vida tem um impacto permanente na arquitetura do cérebro em desenvolvimento, ou seja, as experiências moldam o processo que define se o cérebro formará um alicerce forte ou fraco para a aprendizagem ao longo da vida. Na infância, os neurônios, células do sistema nervoso, enviam sinais elétricos para se comunicarem entre si. Essas conexões conhecidas como sinapses formam os circuitos que estabelecem a arquitetura do cérebro. Se o uso for frequente, estes circuitos e conexões multiplicam-se e fortalecem-se rapidamente. De acordo com as experiências que vivenciamos e o ambiente em que vivemos, alguns circuitos e conexões são mais usados, outros não. Os mais usados se fortalecem e permanecem, enquanto que os menos usados desaparecem. Estes circuitos e conexões frequentes criam vias expressas para os sinais elétricos percorrerem diversas regiões do cérebro. Primeiramente se formam os circuitos simples que constituem um alicerce sob o qual os mais complexos serão formados. Desta maneira, os neurônios formam circuitos e conexões fortes para controle do comportamento, emoções, lógica, linguagem, memória e habilidade motora durante o início do desenvolvimento da criança. Os circuitos se originam em áreas diferentes do cérebro, mas são interligados, ou seja, uma habilidade complementa a outra como na construção e uma casa: o que vem primeiro funciona como uma base para tudo o que vem depois.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL, SEGUNDO FREUD


   Ø  Oral (0 a 1 ano): a região do corpo que proporciona maior prazer para a criança é a boca: é por ela que a criança entra em contato com o mundo e tende a levar tudo o que pega para a boca. O seio da mãe é o principal objeto de desejo, que,  além de alimentar, proporciona satisfação ao bebê.

  Ø  Fase anal (2 a 3 anos): a criança começa a controlar de suas necessidades fisiológicas. A região do ânus é a região de maior satisfação. A criança controla e oferece as fezes que saem do seu interior para a mãe como presente ou como algo agressivo.

  Ø  Fase fálica (3 a 5 anos): nesta fase a atenção da criança está voltada para a região genital. Imagina que tanto os meninos quanto as meninas possuem um pênis. Ao serem defrontadas com as diferenças anatômicas entre os sexos, imaginam que a menina não possui pênis porque ele lhe foi arrancado. Isto chama-se complexo de castração. Nesta fase também surge o complexo de Édipo, onde o menino passa a apresentar atração pela mão e uma rivalidade pelo pai. Com a menina ocorre o inverso.

  Ø  Fase de latência (6 a 12 anos): nesta fase ocorre um deslocamento da libido da sexualidade para atividades sociais aceitas, isto é, a criança começa a gastar suas energias em atividades sociais e escolares.

  Ø  Fase genital (13 a 18 anos): nesta fase ocorre uma retomada dos impulsos sexuais. O adolescente começa a buscar um amor fora do seu grupo familiar.


A DESCOBERTA DA SEXUALIDADE INFANTIL


    Sigmund Freud (1856 – 1939), o pai da psicanálise, em seus estudos descobriu a existência da sexualidade infantil, fato que provocou grande espanto na sociedade conservadora do final do século XIX, já que até esta época a criança era vista como um símbolo de pureza. Vale salientar que esse termo não está relacionado ao coito ou à procriação, mas sim à fantasia e referidas ao próprio sujeito. Mas, ao longo dos tempos, a sociedade vem pouco a pouco se familiarizando e compreendendo o que ocorre  nas diferentes fases da expressão da sexualidade infantil. Esse termo não está relacionado ao coito ou à procriação, mas sim na fantasia e referidas ao próprio sujeito. 
Dicas para trabalhar com alfabetização, conforme a aula da disciplina de fundamentos de alfabetização.

  •         Expor quadrinhas, poemas, letras de músicas, pequenos textos, entre outros em sala de aula e ler apontando as palavras.
  •         Letras móveis são um rico recurso para se trabalhar com alfabetização.
  •     Trabalhos para grupos diferenciados na sala de aula (organizados de acordo com o momento de aprendizagem dos alunos).
  •      Banco de tarefas ou “cantinho vago” para alunos mais avançados.

domingo, 1 de novembro de 2015

Como aprendemos?

         Nesta semana participei de uma formação com o Grupo de Apoio Pedagógico (GAP) do município em que trabalho. Este grupo é composto por uma psicóloga, uma psicopedagoga e uma pedagoga. Neste encontro foram tratados alguns aspectos a respeito da aprendizagem que me deixaram curiosa, por isso pesquisei um pouco mais e fiz uma síntese da minha aprendizagem.
            Durante o processo de aprendizagem usamos basicamente duas partes da memória. A primeira é a memória de longo prazo e a segunda é a memória de trabalho. Esta última é bem menor em comparação com a primeira. Na memória de trabalho nós raciocinamos e aprendemos. O ambiente externo provê alguns estímulos que percebemos por meio dos nossos sentidos e vão parar na memória de trabalho, ou seja, são informações novas que atraem as informações que já existem na memória de longo prazo e que estão relacionadas a essa informação nova que chegou. Com isso podemos fazer conexões entre elas que serão armazenadas na memória de longo prazo. Cada vez que essas conexões se repetem, elas vão ficando cada vez mais fortes e ficam fixas na memória de trabalho, transformando-se em conhecimento adquirido.
       A memória de trabalho é pequena, por isso é necessário repetir algumas vezes a conexão entre a informação que está na memória de trabalho com a que está na memória de longo prazo para que ela seja realmente armazenada. Concluo que no ambiente escolar o armazenamento de uma informação na memória de longo prazo ocorre quando ocorre o que costumamos chamar de aprendizagem significativa. Quanto mais significativa a experiência, mais rapidamente ela é registrada.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Na disciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia I aprendemos sobre a Psicanálise, método de investigação da psique humana desenvolvido por Sigmund Freud. 
Aprendemos também muitas coisas sobre a vida de Freud: nasceu em
06 de maio de 1856, na Áustria. Ele possuía várias neuroses e fazia análise de si mesmo. Descobriu fatos importantes sobre o inconsciente ao tentar trazer alívio para seus pacientes, mas as pessoas achavam suas teorias ofensivas.
Era considerado o menino de ouro de sua família, era o único irmão a ter o seu próprio quarto, tirava notas boas na escola, estudava línguas estrangeiras por conta própria. Seu Hobbye um pouco fora do comum era o registro de seus sonhos em um diário.
Freud pesquisou a cocaína pensando que ela lhe traria fama, chegando a experimentá-la em si mesmo. Defendeu o uso da cocaína como complemento terapêutico, porém não sabia que ela possuía um efeito viciante. Freud usou a droga de 1884 a 1895 para elevar seu ânimo. Ele não era viciado em cocaína, mas sim eu seu trabalho.
No ano de 1885, Freud foi para Paris estudar com uma das maiores autoridades mundiais em distúrbios neurológicos: Jean Martin Charcot, o qual colocava pacientes histéricos em hipnose, experiências que levaram Freud a estudar a psique e a descobrir que as doenças eram causadas por ideias, ou seja, que não estariam somente no corpo, mas também em uma parte secreta da mente: o inconsciente.

Foi em 1886 que Freud voltou de Paris e abriu seu próprio consultório em Viena, tratando seus pacientes com hipnose para chegar ao seu inconsciente.
Fonte da imagem: http://www.19thshop.com/book/autograph-letter-signed-freud-on-cigars-to-an-unidentified-correspondent-honored-sir-and-dear-brother/


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Alfabetização na visão de Emília Ferreiro


Na disciplina de Fundamentos da Alfabetização, assistimos a dois vídeos de entrevistas com Emília Ferreiro, além da leitura de dois artigos: "A revolução de Emília Ferreiro" e "O desafio da prática pedagógica". Foi um grande aprendizado para mim. A partir dos vídeos e das leituras, pude fazer esta síntese:


Conforme a teoria de Emília Ferreiro, não existe idade certa para a se ensinar uma criança a ler e a escrever e sim, é um processo que se inicia cedo quando as oportunidades lhes são dadas. As crianças não pedem permissão para ler e escrever, por isso, cabe a nós, adultos compreender se o processo já iniciou ou não.
Trabalhar leitura e escrita na educação infantil não é antecipar o ensino fundamental. Deve-se ter cuidado com a maneira como se introduz a criança ao mundo da leitura e da escrita. Demonstrar afeto pelos livros, fazer leituras em voz alta, permitir-lhes saber para que serve a escrita é um grande passo, já que as crianças encontram-se rodeadas por coisas que não conhecem mas que tem vontade de compreender. Permitir que as crianças tenham acesso a materiais de leitura como as bibliotecas de sala de aula é um grande elemento didático.
As crianças chegam na escola sabendo muita coisa, o que falta é reconhecimento dessas coisas que sabem, e isso é papel do professor, já que estes não são espectadores e devem exercer profissionalmente, o seu papel, falar com argumentos, e não apenas julgar o que “funciona” e o que “não funciona”.
Não se pode crer que a alfabetização inicia-se apenas na escola. O aluno é um sujeito que pensa, que constrói hipóteses, que procura compreender como se constitui a escrita e como ela funciona.
Muitas vezes considera-se que as crianças de classe social mais baixa possuem algum tipo de déficit por encontrarem-se em fases diferentes em relação aos conhecimentos de leitura e escrita que crianças de classe média. O que acontece é que as crianças de classe social mais baixa tem poucas oportunidades de aproximação da língua escrita, são crianças que vem de famílias onde a cultura escrita não possui tanta serventia.

Pensando nisso, a escola deve oferecer uma ambiente alfabetizador, no qual possam ocorrer inúmeras oportunidades de interação com a língua escrita mediadas por uma pessoa que já sabe ler e escrever, respeitando sempre o que o aluno pensa e fazendo-o construir hipóteses de maneira que ele possa avançar. É preciso acreditar que todo aluno é capaz de aprender.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

OBJETIVO DO BLOGGER

Este blogger destina-se  ao registro das minhas aprendizagens em relação ao curso de Pedagogia EAD da UFRGS, além de outros assuntos relacionados a Educação.