domingo, 15 de novembro de 2015

Infância e erotização


      Ao mesmo tempo em que as crianças são consideradas puras e ingênuas, a mídia veicula imagens erotizadas de crianças, principalmente de meninas, usando-as como um forte apelo comercial e, ao mesmo tempo em que são consumidoras, são consideradas objetos a serem consumidos. Ao mesmo tempo em que se tenta combater atitudes ligadas a sexualidade das crianças, como a pedofilia (práticas sádicas com crianças ou à contemplação de fotos e imagens sensuais), a erotização infantil, pelo que se percebe, vem sendo estimulada e não combatida.

Infância soft


Lendo o texto “Retratos de uma infância contemporânea: os bebês nos artefatos visuais” (BORGES, Camila Bettim; CUNHA, Susana Rangel Vieira da) caracterizo a infância soft como sendo aquela que se refere apenas às crianças brancas, de cabelo claro, olhos azuis, com um corpo perfeito, delicadas, suaves, felizes, bem cuidadas, inocentes, belas e que provocam sensação de ternura ao olhar, as quais são usadas principalmente em campanhas publicitárias para venda de artefatos e, por este motivo, caracterizam-se como um padrão de corpo bonito, gerando uma idealização do que seja o bebê.
Sabe-se que na contemporaneidade as imagens falam, mostram e constituem pontos de vista, ou seja, estas imagens “ensinam o nosso olhar” segundo o texto, e a publicidade se apoia nestas imagens significadas culturalmente que sugerem apenas um padrão de infância e se aproveitam delas, já que estamos acostumados com estes padrões, para que seus artefatos tenham mais credibilidade.
Essas imagens (propagandas) sugerem que existe apenas um modelo de criança e que este seria o padrão. Mas, onde estariam as outras? Onde estariam as infâncias escondidas? Esta infância soft não acontece para todos que passam por esta fase da vida, já que existem outras crianças, outras etnias, outros corpos. Estas outras crianças estariam servindo apenas como modelo daquilo que não queremos que as crianças sejam?

Sim, estes bebês usados na publicidade são realmente lindos, mas ao mesmo tempo em que os admiramos estamos praticando uma exclusão já que crianças magras, prematuras, índias, negras, desfiguradas existem, mas não as vemos em nenhum tipo de publicidade e em algum momento teremos que nos confrontar com elas. Estamos praticando exclusão com um ser que ainda não tem como se defender.

sábado, 14 de novembro de 2015

Como nossas vivências e nossas experiências moldam a arquitetura do cérebro

Tudo o que a criança vive, suas experiências e suas vivências, durante os primeiros anos de vida tem um impacto permanente na arquitetura do cérebro em desenvolvimento, ou seja, as experiências moldam o processo que define se o cérebro formará um alicerce forte ou fraco para a aprendizagem ao longo da vida. Na infância, os neurônios, células do sistema nervoso, enviam sinais elétricos para se comunicarem entre si. Essas conexões conhecidas como sinapses formam os circuitos que estabelecem a arquitetura do cérebro. Se o uso for frequente, estes circuitos e conexões multiplicam-se e fortalecem-se rapidamente. De acordo com as experiências que vivenciamos e o ambiente em que vivemos, alguns circuitos e conexões são mais usados, outros não. Os mais usados se fortalecem e permanecem, enquanto que os menos usados desaparecem. Estes circuitos e conexões frequentes criam vias expressas para os sinais elétricos percorrerem diversas regiões do cérebro. Primeiramente se formam os circuitos simples que constituem um alicerce sob o qual os mais complexos serão formados. Desta maneira, os neurônios formam circuitos e conexões fortes para controle do comportamento, emoções, lógica, linguagem, memória e habilidade motora durante o início do desenvolvimento da criança. Os circuitos se originam em áreas diferentes do cérebro, mas são interligados, ou seja, uma habilidade complementa a outra como na construção e uma casa: o que vem primeiro funciona como uma base para tudo o que vem depois.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL, SEGUNDO FREUD


   Ø  Oral (0 a 1 ano): a região do corpo que proporciona maior prazer para a criança é a boca: é por ela que a criança entra em contato com o mundo e tende a levar tudo o que pega para a boca. O seio da mãe é o principal objeto de desejo, que,  além de alimentar, proporciona satisfação ao bebê.

  Ø  Fase anal (2 a 3 anos): a criança começa a controlar de suas necessidades fisiológicas. A região do ânus é a região de maior satisfação. A criança controla e oferece as fezes que saem do seu interior para a mãe como presente ou como algo agressivo.

  Ø  Fase fálica (3 a 5 anos): nesta fase a atenção da criança está voltada para a região genital. Imagina que tanto os meninos quanto as meninas possuem um pênis. Ao serem defrontadas com as diferenças anatômicas entre os sexos, imaginam que a menina não possui pênis porque ele lhe foi arrancado. Isto chama-se complexo de castração. Nesta fase também surge o complexo de Édipo, onde o menino passa a apresentar atração pela mão e uma rivalidade pelo pai. Com a menina ocorre o inverso.

  Ø  Fase de latência (6 a 12 anos): nesta fase ocorre um deslocamento da libido da sexualidade para atividades sociais aceitas, isto é, a criança começa a gastar suas energias em atividades sociais e escolares.

  Ø  Fase genital (13 a 18 anos): nesta fase ocorre uma retomada dos impulsos sexuais. O adolescente começa a buscar um amor fora do seu grupo familiar.


A DESCOBERTA DA SEXUALIDADE INFANTIL


    Sigmund Freud (1856 – 1939), o pai da psicanálise, em seus estudos descobriu a existência da sexualidade infantil, fato que provocou grande espanto na sociedade conservadora do final do século XIX, já que até esta época a criança era vista como um símbolo de pureza. Vale salientar que esse termo não está relacionado ao coito ou à procriação, mas sim à fantasia e referidas ao próprio sujeito. Mas, ao longo dos tempos, a sociedade vem pouco a pouco se familiarizando e compreendendo o que ocorre  nas diferentes fases da expressão da sexualidade infantil. Esse termo não está relacionado ao coito ou à procriação, mas sim na fantasia e referidas ao próprio sujeito. 
Dicas para trabalhar com alfabetização, conforme a aula da disciplina de fundamentos de alfabetização.

  •         Expor quadrinhas, poemas, letras de músicas, pequenos textos, entre outros em sala de aula e ler apontando as palavras.
  •         Letras móveis são um rico recurso para se trabalhar com alfabetização.
  •     Trabalhos para grupos diferenciados na sala de aula (organizados de acordo com o momento de aprendizagem dos alunos).
  •      Banco de tarefas ou “cantinho vago” para alunos mais avançados.

domingo, 1 de novembro de 2015

Como aprendemos?

         Nesta semana participei de uma formação com o Grupo de Apoio Pedagógico (GAP) do município em que trabalho. Este grupo é composto por uma psicóloga, uma psicopedagoga e uma pedagoga. Neste encontro foram tratados alguns aspectos a respeito da aprendizagem que me deixaram curiosa, por isso pesquisei um pouco mais e fiz uma síntese da minha aprendizagem.
            Durante o processo de aprendizagem usamos basicamente duas partes da memória. A primeira é a memória de longo prazo e a segunda é a memória de trabalho. Esta última é bem menor em comparação com a primeira. Na memória de trabalho nós raciocinamos e aprendemos. O ambiente externo provê alguns estímulos que percebemos por meio dos nossos sentidos e vão parar na memória de trabalho, ou seja, são informações novas que atraem as informações que já existem na memória de longo prazo e que estão relacionadas a essa informação nova que chegou. Com isso podemos fazer conexões entre elas que serão armazenadas na memória de longo prazo. Cada vez que essas conexões se repetem, elas vão ficando cada vez mais fortes e ficam fixas na memória de trabalho, transformando-se em conhecimento adquirido.
       A memória de trabalho é pequena, por isso é necessário repetir algumas vezes a conexão entre a informação que está na memória de trabalho com a que está na memória de longo prazo para que ela seja realmente armazenada. Concluo que no ambiente escolar o armazenamento de uma informação na memória de longo prazo ocorre quando ocorre o que costumamos chamar de aprendizagem significativa. Quanto mais significativa a experiência, mais rapidamente ela é registrada.