domingo, 1 de outubro de 2017

NÃO NASCEMOS RACISTAS!

Fazendo nosso vídeo para a interdisciplina de Questões étnico-raciais na educação: sociologia e história, nossa entrevistada, uma atendente de creche afrodescendente, nos relata uma situação de racismo vivenciada por ela. Em um momento do vídeo, ela coloca que no seu local de trabalho, onde trabalha há 27 anos, nunca sofre discriminação, nem das colegas nem das crianças. Então logo pensei na seguinte frase: não se nasce racista. Aprende-se essa intolerância com essa sociedade intolerante em sua maioria, não somente com negros, mas com opção sexual, condições físicas limitadas, classe social, entre tantas outras formas.
POR UMA SOCIEDADE MAIS TOLERANTE! PAIS, “EDUQUEM” SEUS FILHOS! RSPEITO ACIMA DE TUDO!

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta”.

Nelson Mandela
FONTE DA IMAGEM: <http://www.sahistory.org.za/people/nelson-rolihlahla-mandela> Acesso em 01/10/2017
CASA CONSTRUTIVISTA E NÃO CONSTRUTIVISTA: EU FIZ PARTE!

O texto “O construtivismo e sua função educacional” de Lino de Macedo faz uma comparação entre o construtivismo e o não construtivismo partindo do pressuposto de que são duas visões opostas. Enquanto que o construtivismo valoriza as ações do sujeito, as visões não construtivistas do conhecimento valorizam a transmissão e tem a linguagem como seu recurso mais primoroso. Não é uma condenação da linguagem, porque, muitas vezes, é único meio de dispormos de algumas informações, mas o problema é o lugar que ela ocupa na produção de um conhecimento: em se tratando da perspectiva não construtivista, seu lugar é o mais importante.
Mas o que mais me chamou a atenção neste texto é descrição que o autor faz da casa "construtivista" e "não construtivista" simultaneamente, da qual posso afirmar que fiz parte (por que o autor chama de um passado não tão passado) e que a maioria das crianças de hoje não são contempladas com esse tipo de “casa”. Ele coloca que “ havia um tempo em que casa, oficina e escola ocupavam um mesmo lugar e nelas tudo se fazia e compreendia”. Os mais velhos transmitiam as lições de vida aos mais jovens e os mais jovens participavam das tarefas domésticas com a família como cuidar das galinhas, da horta, preparar a comida, ajudar na ordenha das vacas, na roça, na limpeza da casa, entre tantas outras tarefas que, para as crianças desta época erma necessárias assim como as brincadeiras. As histórias da família eram contadas nas mais variadas versões pelos mais velhos. As famílias eram grandes e seus membros muito próximos. Havia grande socialização: as igrejas representavam um espaço cultural com suas festas e procissões, assim como a vizinhança com as brincadeiras, jogos, caçadas, entre outros. As transmissões, em sua maioria eram orais e fornecidas por alguém querido e respeitável, ao mesmo tempo em que ocorriam ações produtivas. Este é o exemplo de uma casa "construtivista" e "não construtivista" a que o autor se refere, onde tinha-se duas perspectivas que se complementavam.
Hoje em dia não é mais assim. As famílias são pequenas, os adultos trabalham fora, muitas vezes com mais de um emprego, e sobra pouco tempo para estar em casa. Quando estão em casa, é necessário cuidar da casa e dos filhos. As pessoas cansadas somando ao aparelho televisor são fatores que competem entre si para tirar tempo das relações entre os moradores da casa. Pouco se conhece sobre os vizinhos e dificilmente encontram-se com parentes, já que moram longe e custa caro para visitá-los. Nessas relações familiares, há maior presença de desavenças. Além disso, poucas coisas são produzidas em casa: compra-se alimentos prontos ou semiprontos, reduz-se o tempo dedicado às tarefas domésticas, já que o tempo em que se está em casa é curto.  A escola é quem dá as instruções, que devem ser breves, seriadas e eficientes. Pouco de bom se pode retirar das relações, já que são, em sua maioria, formais e objetivas, nem mesmo com os vizinhos e colegas da escola. Percebe-se então que temos um passado simultaneamente construtivista e não construtivista, e um presente, pouco construtivista.
Também não podemos generalizar as famílias, pois ainda há aquelas que organizam o tempo de forma que consigam viver e dar lições de vida para seus filhos, para contar histórias, para fazerem coisas juntas. Como podemos ajudar as crianças de hoje, que vivem em casas não construtivistas? A escola precisa ser construtivista, já que a casa não é mais. Que sejamos professores construtivistas, valorizando a informação contextualizada da criança, traindo a cartilha e inventando um número de outros recursos para aprendizagem do ler, escrever e contar.

Fonte da imagem: <https://br.pinterest.com/pin/334955291025663500/> Acesso em 01/10/2017

domingo, 24 de setembro de 2017

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Muito interessante o vídeo “Introdução à Psicologia do Desenvolvimento”, falando das contribuições de Piaget, Vygotsky e Wallon sobre a construção do conhecimento e o desejo que o ser humano tem de conhecer o mundo após o nascimento, fator que o difere dos outros seres vivos.
A psicologia do desenvolvimento preocupa-se em saber sobre a interferência do tempo de vida nos processos da criança, ou seja, como ela vai adquirindo capacidades cognitivas, afetivas, sociais e motoras e transformando-as ao longo da vida e quais são os fatores que promovem estas mudanças.
Essas mudanças ocorrem em fases e em estruturas no organismo e na mente. Piaget, que também era biólogo, verificou se a razão humana tinha uma embriologia análoga a embriologia dos ciprestes e moluscos alpinos e percebeu que são análogas em tempos e etapas, isto é, as fases embriológicas são sequenciais, uma etapa é necessária para o aparecimento da seguinte, mas é dependente da anterior.  Por exemplo, não existe pessoa que tenha raciocínio abstrato sem ter tido o raciocínio concreto. Pode acontecer de certos estágios/etapas não serem alcançados e isto depende da interação com o meio, ou seja, o meio não exigiu que o indivíduo atingisse determinado estágio. 
A cognição é algo construído com a troca com o meio e todo conhecimento começa em algum ponto. Daí o termo gênese do conhecimento. As três teorias psicogenéticas do conhecimento têm contribuição dos chamados interacionistas construtivistas: Piaget, Vygotsky e Wallon, porque os três valorizam estes princípios, ou seja, nada acontece sem interação, nada passa por uma construção sem que tenha tido uma gênese. As ações mediam as interações: brincar, comer, sustentar seu ponto de vista. As ações serão desiquilibradas a cada instante pelas transformações que acontecem no mundo. Cada nova conduta reestabelece o equilíbrio e constroi um equilíbrio ainda mais estável que o anterior. Para Piaget, a lógica do desenvolvimento é a busca do equilíbrio e isto implica em adaptação.
Vygotsky cita a mediação pela cultura, significando que o aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento e são capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando está em cooperação com os seus companheiros. Wallon traz a ideia de que, antes da inteligência se configurar como estruturante dos conhecimentos, as emoções é que fazem isso, já que são a origem da consciência e a exteriorização da afetividade, provocando mudanças na inteligência e impulsionando o desenvolvimento mental.
Piaget ainda traz o conceito de nascimento do sujeito do conhecimento. Já que há uma diferença após a fase embrionária entre o ser humano e os outros seres vivos: o indivíduo nasce e quer conhecer o mundo, o que não acontece com a lesma e o cipreste.

Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7GEV7HOsETM> Acesso em 24/09/2017.
Fonte da imagem: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfTwQAI/psicologia-desenvolvimento> Acesso em 24/09/2017

sábado, 16 de setembro de 2017

Falando de ética e moral

Assistindo ao vídeo “Filosofia e ética”, de Márcia Tiburi, esclarecemos alguns conceitos sobre ética e moral. A ética diz respeito ao modo como convivemos uns com os outros, ou aquilo que eu sou capaz de pensar acerca daquilo que eu faço. A moral é o hábito, o costume, é aquilo que se consolidou como sendo verdadeiro, é aquilo que se tornou verdadeiro do ponto de vista da ação. A ética é a reflexão que eu dirijo àquilo que já se consolidou em termos práticos.
O famoso “jeitinho brasileiro” que surgiu na década de 80 deu ênfase a uma moral de levar vantagem em tudo. Agora vivemos a era da corrupção, que virou hábito e, como a política corrompe, todo mundo estaria autorizado a ser corrupto, desde o taxista que dá uma voltinha a mais até os políticos. São exemplos de novas morais, já que moral não é necessariamente ética. Como nossos representantes políticos corrompem-se, todo mundo se autoriza ou se acha no direito de praticar corrupção.
Nossa posição no contexto da escola deve manter uma postura ética e coerente. Como professores, somos exemplo, nossas atitudes dizem muito! A pessoa ética sempre terá vontade de fazer um mundo melhor em qualquer esfera e nós temos as ferramentas em nossas mãos: os alunos. Educamos pelo exemplo, como diz o famoso ditado “um exemplo vale mais que mil palavras”.
Uma coisa que eu sempre me atento, por exemplo, é em relação ao que a escola nos cobra enquanto professores: o plano de ensino, conceitos de alunos para transferência, folhas de chamada nas datas solicitadas, comparecimento às reuniões e formações marcadas, entre outras coisas. Se eu tento “dar um jeitinho”, burlando as normas e não cumprindo prazos estabelecidos, quem sou eu para cobrar dos meus alunos que façam as tarefas de casa ou que não aceitarei trabalhos fora do prazo, entre tantas outras coisas, se eu não assumo este compromisso?
Faço curso de Inglês nas sextas-feiras e uma aluna minha do 2º ano do ensino médio é minha colega. No início do semestre a professora fez uma reflexão sobre o semestre passado sobre o estudo em casa, a realização dos temas, a preparação da lição seguinte e cada aluno deveria dizer se estava cumprindo ou se deveria melhorar. Na minha vez eu pude responder com orgulho que sempre faço os temas e que sempre preparo a próxima lição porque seria incoerente eu cobrar dos meus alunos e quando eu estou nesta condição fazer ao contrário. Muito importante na função de professor é a postura e o exemplo. 
Fonte da imagem: <http://crereentender.blogspot.com.br/2014/02/etica-e-moral-sao-coisas-diferentes.html> Acesso em 16/09/2017

domingo, 10 de setembro de 2017

APRENDIZAGEM

Falando sobre a aprendizagem, como é importante a interferência do professor na construção do conhecimento. Aprendizagem envolve aspectos cognitivos e afetivos, “... um esquema de assimilação comporta uma estrutura (aspecto cognitivo) e uma dinâmica (aspecto afetivo), mas sob formas inseparáveis e indissociáveis” (Piaget, 1974, p.66).
Quando o aluno se sente motivado, ativa uma troca interminável entre o mundo endógeno e o mundo exógeno sobre aquilo que está aprendendo e, portanto, construindo conhecimento. Cada patamar de desenvolvimento que o aluno atinge corresponde a novas possibilidades de aprendizagem.
O aluno precisa sentir que o professor está ali porque gosta e mostra-se estar contente por estar com seus alunos. Se o professor cativa seus alunos, despertando neles o prazer de descobrir, inventar, buscar respostas, está facilitando o professo de aprendizagem. Mas pode também dificultar o processo quando insiste na dificuldade do aluno, de que ele não sabe, de que ele errou, fazendo com que ele não deseje aprender, já que isto seria admitir sua falta de capacidade.
Como aprendizagem envolve aspectos cognitivos e afetivos, maior será o desempenho do aluno se valorizarmos suas pequenas descobertas, as novas dúvidas e propondo novas questões, além de representar uma figura a quem serão endereçados os interesses de seu aluno.

Fonte da imagem: <http://www.comregras.com/a-relacao-professor-aluno-o-que-nao-consta-da-pauta/> Acesso em 10/09/2017

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

ESCOLA, CULTURA E SOCIEDADE

Ao fazer a leitura dos textos “Sociedade, cotidiano escolar e cultura(s): uma aproximação” de Vera Maria Ferrão Candau e “A relação educação e sociedade: os fatores sociais que intervêm no processo educativo” de Alberto Noé, propostos pela interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade, pude destacar algumas ideias e fazer algumas análises. O Brasil é um pais gigantesco e, consequentemente com grande diversidade cultural que nem sempre a escola consegue contemplar já que, conforme Durkheim, os conteúdos da educação são independentes das vontades individuais, são as normas e os valores desenvolvidos por uma sociedade ou grupo social em determinados momentos históricos que adquirem certa generalidade e com isso uma natureza própria, tornando-se assim “coisas exteriores aos indivíduos”.
E esse grupo social que têm por objetivo transmitir valores e, para isso, precisa de um equilíbrio: faz com que os indivíduos que nele ingressem assimilem e internalizem os valores e as normas que regem seu funcionamento, impostos tanto pela família, como pela escola, igreja e comunidade. Ou você assume o padrão ou você está fora e nossa educação está conservando este sistema social. Conforme McLaren, “um pré-requisito para juntar-se à turma é desnudar-se, desracializar-se, e despir-se de sua própria cultura” (p. 115).
Se a educação está sendo entendida desta forma, fica clara a ideia de que a educação não é um subsídio necessário para a mudança social e sim para a conservação de um determinado modelo social.

Neste país pouca coisa se conquista sem lutas: portadores de necessidades especiais lutaram e continuam lutando pela acessibilidade e direito a educação e de serem percebidos pela sociedade, indígenas lutaram pela educação escolar indígena pública diferenciada, orientada pela interculturalidade e bilinguismo, negros lutando pelo reconhecimento e pela cidadania, entre tantos outros que poderia mencionar. Por isso é importante que a instituição escolar não apenas comemore a data referente ao índio ou a abolição da escravatura, por exemplo, mas que difunda as lutas destes povos e/ou de cada grupo social que continuam marcando sua trajetória pelo direito ao reconhecimento de acordo com suas particularidades dentro de um país com tamanha diversidade cultural que continua desconhecendo a si mesmo. 
DIVERSIDADE


Mais um semestre se inicia e que tem como eixo norteador a diversidade. Nas minhas andanças pelas interdisciplinas, percebi que muitas palavras relacionadas à diversidade aparecerão repetidas vezes enquanto vamos nos adentrando nos estudos: cultura, sociedade, diversidade, etnia, raça, educação, escola, necessidades especiais, entre outros. Importante nosso papel enquanto educadoras de trabalhar contra a padronização cultural e a desigualdade.  “As pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza”. (Sousa Santos, 2001, p. 10). Que este semestre seja de grande aprendizagem!


SANTOS, B.S. As tensões da Modernidade. Forum Social Mundial, Biblioteca das alternativas, 2001 (htpp//www.forumsocialmundial.org.br).


Fonte da imagem: <https://novaescola.org.br/conteudo/1545/diversidade-etnico-racial-por-um-ensino-de-varias-cores> Acesso em 07/09/2017.