quinta-feira, 31 de maio de 2018


PAULO FREIRE SOBRE OS TEMAS GERADORES

Algumas considerações sobre o capítulo III do livro Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire.

A palavra que não tem ação e reflexão, portanto práxis, é uma palavra oca. Mas, se somente enfoca a ação, sem reflexão, trata-se de um ativismo e isto impossibilita o diálogo. É na palavra, no trabalho, na ação-reflexão que os homens se fazem, e esta ação é um direito de todos, por meio do diálogo, que é uma exigência existencial. E não há diálogo se não há um profundo amor ao mundo e aos homens. Amor é ato de coragem. Não há diálogo se não há humildade. Como posso dialogar se sempre percebo a ignorância no outro, nunca em mim? A autossuficiência é incompatível com o diálogo. Também não há diálogo se não existir fé nos homens e no seu poder de fazer e refazer. O diálogo com amor, humildade e fé gera confiança. Por isso que não existe confiança na concepção bancária da educação. Dizer uma coisa e fazer outra não gera confiança. Além disso, não há diálogo verdadeiro se não existe um pensar verdadeiro, um pensar crítico. Pensar crítico que transforme a realidade, mas o pensar crítico precisa do diálogo. Sem ele também não há comunicação, portanto não há educação. A educação bancária tem a característica de atuar sobre os homens como forma de dominá-los e adaptá-los. Quem a pratica são os dominadores. Na educação dialógica, o objetivo é libertar o povo e libertar-se com ele. Um programa que se constitui em uma “invasão cultural” não traz resultados positivos, mesmo que tenha a melhor das intenções. É a partir da realidade mediatizadora que se buscará o conteúdo programático da educação. É essa busca que permite o diálogo da educação como prática da liberdade e é também o que chamamos “temas geradores”.  


Fonte da imagem: <https://www.paulofreire.org/noticias/435-livro-de-paulo-freire-%C3%A9-o-%C3%BAnico-brasileiro-em-top-100-de-universidades-de-l%C3%ADngua-inglesa> Acesso em 31/05/2018

sábado, 12 de maio de 2018


ATIVIDADES QUE AUXILIAM NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

Assistindo ao vídeo “LINGUAGEM ORAL E ESCRITA: ATIVIDADE DE LINGUAGEM ORAL ” proposto na interdisciplina de Linguagem e Educação eu pude (re)aprender muitas atividades importantes para auxiliar as crianças no desenvolvimento da linguagem.
Dos 18 meses aos 3 anos é importante escutar as crianças e dar atenção e sentido as falas delas, responder suas interrogações. Um excelente recurso são as rodas de conversa, com espaço físico delimitado e com a professora também sentada no chão junto as crianças. A duração da roda depende do interesse da criança. Brincadeiras como ovo-choco, passa anel, descobrir a surpresa podem ser desenvolvidas na roda. O professor deve estimular as crianças a falarem sobre diversos assuntos. Além da roda de conversa para auxiliar as crianças no desenvolvimento da linguagem o professor pode mostrar gravuras com objetos variados e pedir para a criança identificar dizendo o nome. Pode também mostrar 3 a 4 gravuras em sequência e construir uma história oral, que pode ser anotada pela professora para posteriormente ler às crianças. Contar histórias é muito importante e, após a contação, explore-a por meio de perguntas que estimulem o recontar. Ofereça diversos tipos de canções para as crianças escutarem, além e pequenos poemas. Deixe as crianças desenharem livremente e peça para que falem sobre seus desenhos. O professor pode registrar o relato da criança sobre o desenho. Dê incentivo as atividades de faz-de-conta, oportunize aos seus alunos atividades de dramatização com fantasias ou fantoches.
Dos 3 aos seis anos as rodas de conversa também são um importante recurso para auxiliar as crianças no desenvolvimento da linguagem. Elas podem ser utilizadas para planejar rotinas, estabelecer combinados, levantar ideias sobre projetos a serem desenvolvidos, construir textos coletivos, propor trabalhos específicos. Pode-se organizar as rodas para falar livremente ou rodas dirigidas. Outro recurso importante é a leitura diária de livros infantis, de todos os tipos que as crianças gostam e de assuntos variados, pois favorece o raciocínio, o aumento do vocabulário, a compreensão de situações do cotidiano e contribui para fazer da criança um bom leitor. Além disso, estimule a recontagem de histórias de forma oral ou escrita, proponha atividades de narrativa começando por jogos de perguntas e respostas. As crianças gostam muito de entrevistar pessoas, então o professor pode  organizar um momento de entrevista com alguém da escola, do bairro, um profissional para obter informações sobre um determinado assunto. Organize com seus alunos debates sobre assuntos polêmicos, apresentações orais de textos memorizados, poesias, parlendas, histórias, atividades de dramatização de histórias até situações do dia-a-dia, como um mercadinho, um consultório médico ou programas de TV.
Temos enfim diversas e interessantes sugestões de atividades que auxiliam a criança no desenvolvimento da linguagem que podem assumir modalidades variadas de acordo com a clientela, os objetivos, os recursos.


Link do vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=EAUrfZoEM7Y> Acesso em 12 de maio de 2018


Fonte da imagem: <http://tatiana-alfabetizacao.blogspot.com.br/2014/03/a-hora-da-roda.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+OMundoDaAlfabetizao+(O+Mundo+da+Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o)> Acesso em 12 de maio de 2018. 

AULA PRÁTICA: EXTRAÇÃO DO DNA DO MORANGO E DA SALIVA

Realizei com os meus alunos das três turmas do 3º ano do ensino médio a aula prática de extração do DNA do morango e da saliva. Confesso que às vezes deixamos de lado estas atividades tão significativas porque queremos “dar conta do conteúdo” antes que o ano termine. Se tem uma coisa que o curso de Pedagogia tem me ensinado é a importância da atividade prática em sala de aula, do quanto os alunos se envolvem. Foi muito bom chegar na sala da turma do 3º ano da noite e ouvir deles a seguinte frase quando anunciei que iríamos ao laboratório: “ah bom profe, pensamos que você não fosse fazer esta atividade com a gente”. Falaram isso porque eu havia postado as fotos do experimento com as turmas do turno da manhã em minha página no Facebook e estavam na expectativa. Além de saber sobre a importância deste tipo de atividade, melhor ainda foi ler os comentários sobre o experimento no relatório, que podem ser conferidos nas imagens abaixo.










 


domingo, 6 de maio de 2018


DECROLY E OS CENTROS DE INTERESSE

Os centros de interesse correspondem ao um método educacional desenvolvido pelo educador belga Ovide Decroly com o objetivo de romper com a rigidez dos métodos escolares e do ensino fragmentado e poder oferecer condições de efetiva aprendizagem ao aluno, de forma que os prepare para viver em sociedade, a partir da integração e a globalização dos conteúdos escolares. Para isso, Decroly esquematizou quatro elementos fundamentais de acordo com as necessidades das crianças: alimentação; luta contra intempéries; ação solidária, descanso e diversão; defesa contra perigos e inimigos.  
Trabalhar com centros de interesse permite que os alunos satisfaçam seus interesses, partam de experiências concretas a partir de suas  vivências, estejam envolvidos em situações de aprendizagens concretas e na realização de atividades variadas, se integrem afetivamente na escola, desenvolvam a participação e a criatividade, compreendam a importância do seu desempenho individual, bem como a formação do sentimento de respeito ao outro, entre tantas outras coisas.
Primeiramente o professor deve escolher o tema e este deve ser retirado da realidade do aluno. Na sequência, deve-se propor os objetivos para que a estratégia traga bons resultados. Depois são definidos os conteúdos relacionados com o tema e as situações de experiência.
Nora Cecília Bicaccio Cimel propõe no texto em que lemos uma forma de organizar o planejamento:
Tema (título):
Objetivos:
Conteúdos conceituais (subtemas):
Conteúdos procedimentais (que serão listados na tabela abaixo):
CONTEÚDO
OBSERVAÇÃO

EXPERIÊNCIAS

EXPRESSÃO

ATIVIDADES
ASSOCIAÇÕES

CONSTRUÇÕES







Nos centros de interesse, Decroly propõe que o professor esteja atento a três tipos de experiências que devem ser desenvolvidas adequadamente: observação direta sobre a realidade do aluno, observação indireta e expressão. Quanto mais oportunidades oferecidas aos alunos, melhor serão as construções feitas por eles.

REFERÊNCIAS:

CIMEL, Nora Cecília Bocaccio. Centros de interesse: estratégia utiliza multidisciplinaridade para desenvolvimento global. Revista do professor, Porto Alegre, 2004.


domingo, 29 de abril de 2018


IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

Sobre o desenvolvimento da linguagem na criança, o vídeo “LINGUAGEM ORAL E ESCRITA: INÍCIO DA COMUNICAÇÃO A LINGUAGEM ORAL” trouxe grandes esclarecimentos e reforçou algumas ideias que já havíamos lido nos textos e as colocações de Piaget e Vygotsky sobre a importância da interação social.
A criança aprende a verbalizar por meio da fala do outro, repetindo-a. aprender a falar não é apenas memorizar sons e palavras, pois a linguagem está articulada ao pensamento, sentimentos, sensações e desejos.
As crianças podem fazer com que sejam compreendidas e compreendem os outros muito antes de se expressarem pela linguagem. Ao longo do seu desenvolvimento, as crianças fazem experiências com sons e palavras referentes a diferentes situações de comunicação: imitam situações que escutam dos adultos nas brincadeiras. Diálogos com os adultos, brincadeiras de faz-de-conta, canções, parlendas, rimas entre outros constituem excelentes recursos para o desenvolvimento da linguagem na criança.
Vale salientar que as crianças têm ritmo próprio e a conquista de suas capacidades linguísticas se dá em tempos diferenciados, porém, a participação em situações de linguagem colabora para a aquisição da linguagem fluente. Além disso, quanto mais a criança desenvolve a fala, mais desenvolve a capacidade de raciocinar e de fazer interações intelectuais e verbais mais elaboradas.
Fonte da imagem: <http://dibafono.blogspot.com.br/2010/04/linguagem-dos-bebes.html> Acesso em 29 de abril de 2018


LINGUAGEM NOS BEBÊS
Foi muito interessante assistir ao vídeo “LINGUAGEM ORAL E ESCRITA: INÍCIO DA COMUNICAÇÃO A LINGUAGEM ORAL” proposto na interdisciplina de Linguagem e Educação. Desde bebê a criança a criança emite sons articulados, de fileiras de sílabas até imitações de palavras.
Os bebês prestam muita atenção a comunicação dos adultos e sons a sua volta, por isso, precisamos analisar caso a criança não demonstre tal reação.
No vídeo vimos sobre a classificação da fala dos bebês:

1)    Fala pré-linguistica: que passa pelas seguintes etapas:
·         Choro: inicialmente igual em todas as situações que pouco a pouco começa a se diferenciar.
·         Gorjeio: a partir do segundo mês, onde o bebê emite sons vocais como “uuuuuuu”.
·         Balbucio: a partir dos 3 a 4 meses, onde o bebê emite sons juntando vogais e consoantes, como “pa pa pa”.
·         Ecolalia: a partir dos 9 a 10 meses. O bebê começa a imitar conscientemente sons do adulto.
·         Jargão expressivo: fileiras de sons que soam como frases, pois têm ritmo e sons, mas não são compreensíveis.

2)    Fala linguística: inicia a partir dos dois anos, quando a criança pronuncia a mesma combinação de sons para se referir a uma pessoa ou a um objeto quando o vê em diversas situações. Exemplo: fala “papa” sempre que vê comida. No início desta fase, a criança pronuncia uma única palavra com valor de uma frase como por exemplo ao dizer “ua” apontando para a rua, ela quer dizer “eu quero ir para a rua”, expressando um pensamento completo. Isso se chama “olófrase”.

Uma curiosidade que aprendi com o vídeo é que a criança de um ano e meio já tem um vocabulário de aproximadamente 50 palavras, mas ainda apresenta características da fala pré-linguítica. Os gestos também representam uma forma de comunicação e apoiam a linguagem oral dos bebês.

Fonte da imagem: <https://www.tuasaude.com/linguagem-dos-bebes/> Acesso em 29 de abril de 2018


domingo, 1 de abril de 2018


TRABALHO EM GRUPO

Nesta semana apliquei um trabalho em duplas em uma turma do ensino médio e uma das duplas me fez o seguinte comentário, mas de forma animada: “profe, não dá para fazer trabalho em duplas, a gente fica discutindo o tempo inteiro porque eu acho que a resposta é de um jeito e ele acha que é de outro, eu acho que uma alternativa está correta e ele acha que é outra”. Eu fiquei feliz com essa observação e também fiz meu comentário: “esse é o objetivo da atividade em duplas, quando vocês discutem para chegar a uma conclusão vocês aprendem muito mais que apenas ouvindo as minhas explicações orais.
Como diz Paulo Freire (1994, p. 134) no livro Pedagogia da Esperança: um encontro com a pedagogia do oprimido: “Ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo transferido no discurso vertical do professor, a aprendizagem não se dá por transferência de conteúdo, mas por interação, que é o caminho da construção”.
Fonte da imagem: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=40188> Acesso em 01/04/2018